A Greve de pilotos da Transportadora Aérea de Angola (TAAG), linhas aéreas angolanas, que vigorava desde sexta-feira passada, foi hoje suspensa, depois de alcançado acordo entre as partes, disse à Lusa o presidente do Sindicato de Pilotos de Angola.
“Chegámos a um princípio de acordo. Não é o que nós queríamos, de maneira nenhuma, não chegámos aos valores que queríamos, mas são os valores possíveis apresentados pela empresa”, referiu Miguel Prata, em declarações à agência Lusa.
O responsável informou que os pilotos retomam as actividades na tarde desta Terça-feira, salientando que era sua vontade resolver a situação para que os passageiros começassem a viajar.
“Achámos por bem, enquanto ultimamos os detalhes, que se possa retomar gradualmente o funcionamento, [a partir] hoje às 14h00”, frisou.
O sindicalista realçou que os associados aceitaram o máximo do que achavam que era possível, tendo sido aumentado o salário base em cerca de 20 por cento.
Os pilotos da companhia aérea nacional iniciaram uma greve para exigir melhores condições salariais na passada Sexta-feira, prevendo uma paralisação de dez dias, após várias semanas de negociações com a entidade patronal, em que foi discutido um caderno reivindicativo de oito pontos, apresentado em Junho passado.
Face à falta de acordo, os pilotos avançaram para a greve, que nestes últimos dias causou vários constrangimentos aos passageiros, apesar de a TAAG ter criado um plano de contingência para a salvaguarda dos seus clientes.
O Ministério dos Transportes enviou, no mesmo dia, um comunicado em que salientava que um aumento salarial acima das possibilidades financeiras “poderia colocar a companhia em risco de falência técnica e, por arrasto, implicar o despedimento massivo de trabalhadores”.
“Este é um cenário que o Ministério dos Transportes rejeita, lembrando que, apesar dos prejuízos financeiros vivos no passado recente, foram mantidos todos os postos de trabalho da companhia aérea nacional, sem quaisquer descontos salariais”, referia a nota, em que se afirmava também que a administração da companhia aérea teria concordado com um aumento salarial de cerca de 30 por cento exigido pela classe dos pilotos.
A entidade ministerial saudava ainda o plano de contingência apresentado pelo conselho de administração da TAAG, para garantir a proteção de todos os passageiros e minimizar ao máximo os constrangimentos da greve.
“Ciente de que os interesses dos passageiros são inegociáveis”, o ministério reiterava “todo o seu apoio às medidas que visam garantir os serviços mínimos, sejam da iniciativa do conselho de administração, sejam do Sindicato do Pessoal Navegante Técnico”.
Recordava também que a greve, sendo um direito que deve ser respeitado na sua plenitude por todos os actores envolvidos, tem acoplados deveres correspondentes, tais como a garantia dos serviços mínimos, “que não estão a ser assegurados pelo sindicato e que têm impacto social negativo nas populações de determinadas regiões do país”.