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COVID-19: “Metade dos alunos” em meio rural de Angola abandonaram a escola devido à COVID-19

Quase 50% dos alunos angolanos do meio rural e aproximadamente 15% dos estudantes urbanos não voltaram à escola depois da covid-19, disse hoje a ministra da Educação, salientando que há outros fatores “preocupantes” como a gravidez precoce.

Luísa Grilo falava aos jornalistas à margem da apresentação de um programa de bolsas de estudo que contempla um Projeto de Empoderamento da Rapariga e Aprendizagem para Todos, adiantando que vão ser desenvolvidos mais estudos para quantificar e apurar em que medida a gravidez precoce afasta as raparigas da escola.

O programa vai beneficiar cerca de 900 mil estudantes do 1.º ciclo em 68 municípios de todo o país e contribuir para reduzir o abandono escolar de raparigas e rapazes, indicou.

“Sabemos que nesta faixa etária, principalmente entre as raparigas, é muito frequente o abandono escolar, pretendemos que os alunos concluam, no mínimo, o 12º”, disse Luísa Grilo, sublinhando que é da prioridade às raparigas por que “infelizmente, são elas que, em primeiro lugar, abandonam, por varias razões”, a mais preocupante das quais a gravidez na adolescência.

O projeto inclui uma componente de saúde sexual e reprodutiva para os jovens e uma bolsa que servirá como incentivo para que se mantenham na escola, em vez de a trocarem por “pequenos negócios”.

Visa também dar resposta aos que abandonaram o ensino através de uma educação de segunda oportunidade.

“Como existe uma desfasagem entre a idade e a classe em que deveriam estudar, estamos a adotar um  programa de aprendizagem para adolescentes para recuperação das aprendizagens perdidas, é uma das componentes do projeto, através da massificação do ensino à distância”, destacou Luísa Grilo.

 

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