Secretário-Geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA), Teixeira Cândido, alerta para semelhanças com outros assaltos a membros da imprensa – só são roubados computadores.
A sede do Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA), em Luanda, voltou a ser assaltada no fim-de-semana. É o segundo assalto em menos de duas semanas.
“O cadeado que está na primeira porta estava aberto, estava no chão, sem que tivesse sido arrombado, e eles levaram o computador”, contou o secretário-geral do SJA, Teixeira Cândido, esta segunda-feira (05.12), em conferência de imprensa.
Segundo Teixeira Cândido, o computador roubado é “curiosamente o mesmo computador” que foi levado no primeiro assalto, a 25 de novembro, que contém todos os dados da organização dos últimos quatro anos, e foi deixado à porta da instituição no dia seguinte.
Outros assaltos a jornalistas
Teixeira Cândido traça paralelismos com outros casos.
Em março deste ano, o diretor do semanário Expansão, João Armando, viu a sua casa assaltada em circunstâncias idênticas, foram levados dois computadores. No mesmo mês, a casa de Raquel Rio, jornalista da agência Lusa, também foi assaltada; foi levado apenas o seu computador. Na mesma altura, assaltantes também levaram o computador de Romão de Jesus, jornalista da rádio privada MFM.
É por isso que o secretário-geral do sindicato dos jornalistas presume que estes possam não ser apenas “roubos de oportunidade”, porque “o objetivo é apenas o computador, e só a casa dos jornalistas é que tem sido assaltada.”
Ataques à liberdade de imprensa
Reginaldo Silva, conhecido jornalista angolano e membro da Entidade Reguladora da Comunicação Social de Angola (ERCA), vai mais longe: “Efetivamente, pode estar a haver algum agravamento dos condicionamentos à própria liberdade de imprensa”, afirma.
Os assaltos à sede do Sindicato dos Jornalistas Angolanos já foram notificados ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) e à polícia angolana.
“Não nos queremos antecipar ao Serviço de Investigação Criminal, com quem temos estado a interagir – esta manhã, esteve na sede do SJA para fazer o seu trabalho. Mas a direção do sindicato entendeu que vai fazer uma marcha de repúdio, porque entendemos que a nossa atividade é legal.”