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Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA) acusa o governo angolano de “dificultar ainda mais licenças” para rádios locais

Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) afirmam que apenas os “domesticados” pelo MPLA têm licença para rádios comerciais e lembram que Angola é o único país da SADC que não tem rádios comunitárias.

Os jornalistas angolanos mostram-se agastados com a forma da atribuição de licenças para rádios locais em Angola.

“O país não tem uma única rádio comunitária, sendo o único da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que não permite a abertura de rádios comunitárias”.

Quanto a rádios comerciais, jornalistas afirmam que as licenças são atribuídas apenas a aliados do partido no poder.

Várias rádios de Frequência Modulada, ou seja, rádios comerciais que actuam a nível provincial vão surgindo em Angola, mas todas ligadas a pessoas de confiança do regime de João Lourenço, nota o jornalista Ilídio Manuel.

“Não houve nenhuma mudança, tudo permanece na mesma ou ainda é pior, porque algumas das rádios que foram criadas já no tempo de João Lourenço, não trouxeram nenhum valor acrescentado em relação à questão da mídia”, diz Manuel, acrescentando que “as licenças continuam a ser atribuídas a pessoas que sejam do agrado do regime, aquelas que oferecem garantias que não terão uma linha editorial que faça diferença na mídia”.

Para ele, “há uma tendência de se darem licenças àqueles órgãos …. àqueles domesticados pelo regime”.

Outro jornalista, Capita Inga, adianta que existe no Ministério um sistema montado que favorece pessoas próximas ao poder político instituído.

“A burocracia que o ministério da Comunicação Social tem criado é propositada”, aponta Inga, para quem “eles querem que as pessoas do empreendedorismo da comunicação social sejam do MPLA” .

“Para mim, é uma demonstração de uma extrema incompetência, as coisas do período do José Eduardo agora pioram”, concluiu aquele profissional de comunicação.

O jurista Lindo Bernardo Tito aponta, no entanto, que os indeferimentos ara a abertura de uma estação de rádio podem ser alvo de apelos judiciais.

“Este é o mecanismo que tem que ser feito nas democracias”, aponta.

A FMFWorld.Org contactou João Demba, Director Nacional de Informação e Comunicação Institucional, do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, mas não tivemos qualquer resposta.

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