O Economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) que coordenou o relatório sobre a África subsaariana disse hoje à Lusa que o crescimento de Angola em 2023 foi revisto em alta, de 0,5% para 0,9% do PIB.
“O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola no ano passado foi de 0,9%”, disse Thibault Lemaire à Lusa, acrescentando que o abrandamento face a 2022 foi motivado pelo declínio da produção e dos preços do petróleo.
Questionado sobre a diferença entre os 0,5% para 2023, apresentados no relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais e no relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais para a África subsaariana, divulgados na semana passada, Lemaire explicou que a diferença resulta da atualização das previsões entre o momento de divulgação do relatório e as declarações à Lusa, noticiadas esta manhã.
“Confirmamos o dado do crescimento do PIB no ano passado, 0,9%, e a previsão de crescimento para este ano de 2,6%”, disse o economista, acrescentando que a diferença entre os relatórios e os valores apresentados esta manhã resulta “de uma atualização recente”.
O FMI prevê um crescimento de 2,6% e 3,1% neste e no próximo ano em Angola, abaixo dos 3,8% e 4% estimados para a região da África subsaariana.
Ainda assim, o Fundo prevê uma “recuperação gradual da atividade económica em 2024, sustentada pelo desempenho da economia petrolífera e não petrolífera, com a inflação a permanecer elevada este ano e a desacelerar gradualmente”.
Nos relatórios divulgados na semana passada, o Fundo previa que, depois de um aumento de 13,6% no ano passado, os preços subissem 22% este ano e 12,8% em 2025.
Em termos de recomendações, o economista responsável pela coordenação do relatório sobre a África subsaariana, divulgado na sexta-feira, diz que “a curto e médio prazo a consolidação orçamental e as reformas neste domínio são essenciais para reforçar a sustentabilidade orçamental e da dívida pública” e conclui que “a aceleração da implementação de reformas estruturais é fundamental para garantir a estabilidade macroeconómica e promover um crescimento diversificado, resiliente e inclusivo”.
Na África subsaariana, o crescimento deverá aumentar de uns 3,4% previstos em 2023 para 3,8% em 2024 e 4% em 2025, “com os efeitos negativos dos choques climáticos a manterem-se e os problemas nas cadeias de fornecimento a melhorarem gradualmente”, diz o Fundo.
A nível mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou em uma décima a previsão do crescimento global para 3,2% este ano, taxa que também espera para o próximo ano.
A instituição liderada por Kristalina Georgieva prevê que o crescimento global, estimado em 3,2% em 2023, continue ao mesmo ritmo em 2024 e 2025.
A previsão para 2024 foi revista em alta em 0,1 ponto percentual (pp) face ao relatório de janeiro e em 0,3 (pp) face a outubro do ano passado.