África: Angola negoceia com a African Parks a “cogestão de parques naturais” no sudeste do país

O Presidente angolano disse que o país iniciou negociações com a African Parks, para uma parceria público-privada para a cogestão de longo prazo e desenvolvimento dos parques naturais de Luengue-Luiana e Mavinda, no sudeste de Angola

João Lourenço, que discursava em Washington na gala anual da International Conservation Caucus Foundation (ICCF), sublinhou que aqueles parques naturais formam um corredor de ligação a outras zonas protegidas da região transfronteiriça protegida do Okavango-Zambeze.

Segundo o Presidente angolano, esta região é a última fronteira selvagem no sul de África, que compreende rios e lagos, que abastecem o delta do Okavango, no Botsuana, e ‘habitats’ naturais críticos para migração das maiores populações de elefantes que restam no continente africano, e que começam a regressar para Angola, vindos da Namíbia, Botsuana e Zâmbia.

“A African Parks trará o financiamento e a experiência técnica necessárias para conservar e administrar essas vastas áreas que estão sob crescente ameaça de desmatamento, fogo e caça furtiva”, realçou João Lourenço.

O chefe de Estado angolano sublinhou que parceria funcionará como uma proteção, debaixo da qual atuarão alguns dos atuais parceiros internacionais e locais, como a Panthera, a Acadir, a DBDS, sendo estes os que têm prestado apoio na preservação dos felinos e das comunidades que ali se encontram.

“Desde já gostaríamos de agradecer à Panthera, pela criação dos guardas comunitários que trabalham em prol da preservação da vida selvagem e humana no Parque Nacional de Luengue-Luiana”, salientou o Presidente angolano.

João Lourenço disse acreditar também que a Fundação dos Parques da Paz, de que Angola é membro, continuará a apoiar o Secretariado Executivo do Projeto Okavango-Zambeze, e a implementar, no futuro, ações em parceria, no formato que se pretende.

“Angola será o terceiro signatário do Protocolo contra o Tráfico Ilícito de Espécies da Flora e Fauna Selvagens, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional”, disse João Lourenço.

De acordo com o Presidente angolano, ao assinar este protocolo, Angola continuará empenhada no combate aos crimes ilegais contra a vida selvagem.

“Sendo parte da Fundação de Proteção dos Elefantes albergaremos, neste mês de setembro, o conselho, onde faremos o balanço das ações relacionadas com a implementação dos instrumentos de salvaguarda da biodiversidade”, frisou.

Para o chefe de Estado angolano, com a abertura de corredores ecológicos, os elefantes poderão circular livremente entre as fronteiras dos países que formam o projeto transnacional Caza [Projeto Transfronteiriço de Conservação Okavango-Zambeze], pois do lado angolano se continuará a envidar esforços conjugados com a Halo Trust e outros parceiros internacionais para a completa desminagem das áreas de conservação.

João Lourenço disse que Angola preparou vários eventos internacionais, de que se destacam as visitas de campo para os grandes investidores internacionais interessados em oportunidades de conservação no país.

No que diz respeito às alterações climáticas, informou João Lourenço, Angola está aberta a trabalhar em estreita colaboração com os Estados Unidos da América, com a União Europeia, com a União Africana e com outros parceiros, numa estratégia comum de redução da emissão global de carbono e na criação de um ambiente sustentável para as gerações vindouras.

 

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