Robert Besseling, cidadão sul-africano de origem britânica, é o autor do relatório que insinua que João Lourenço e alguns membros do seu governo, estão a ser investigado há cerca de um ano por procuradores norte-americanos.
Besseling é CEO da Pangea Risk, uma consultora sem qualquer credibilidade e que apresenta-se como sendo especializada em análise de informação para gestão de risco sobre negócios em África e no Médio Oriente.
Segundo fontes em Johannesburg, fundou a EXX Africa em 2015, que no final de 2020 foi renomeada como Pangea-Risk.
Informações obtidas através do seu site na internet, apontam que no seu leque de clientes, constam dentre outras, a Trafigura, o maior vendedor de petróleo refinado a Angola que controla 48,4% da Puma Energy (dona das bombas angolanas de combustíveis da marca Pumangol).
Entre os acionistas da Puma Energy estão a petrolífera estatal Sonangol, com 30% e o grupo Cochan, liderado por Leopoldino Fragoso do Nascimento “General Dino”.
Apresenta-se ainda como alguém que é regularmente convidado a falar em grandes conferências internacionais sobre temas como metais e mineração, finanças comerciais e de exportação e questões de segurança global.
Recentemente, publicou um relatório que analisa a estratégia governamental de combate a corrupção em Angola. O texto conclui que julgamentos e investigações em curso no país não estariam a ser feitos com base em procedimentos imparciais, tendo assim “motivação política”.
Muito antes, na sua cruzada contra Angola, Besseling alegava num dos seus relatórios a possibilidade de Angola poder enfrentar riscos reputacionais pelo facto de o Ministério da Defesa, então liderado por João Lourenço, ter feito um negócio de 495 milhões de euros com as empresas envolvidas na dívida oculta em Moçambique.
Em reposta, o Ministério da Defesa, desmentira as alegações da consultora, esclarecendo que o contrato com a Privinvest, no valor de mais de 565 milhões de dólares (405 milhões de euros), e que prevê também a construção de um estaleiro naval, foi autorizado em 29 de agosto de 2016 através de um decreto presidencial, assinado pelo então chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos.
De acordo com o esclarecimento do ministro da Defesa, o atraso na aquisição dos navios patrulha deveu-se a “constrangimentos de ordem financeira. “Por constrangimentos de ordem financeira, ligados às dificuldades que o país enfrenta, o contrato só entrou em vigor em 2018 e a Marinha de Guerra recebeu até agora seis navios”, afirmou na altura o então ministro general Salviano de Jesus Sequeira “Kianda”.