spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

África do Sul: Homenagem a “João Loureço” gera debate entre ambientalistas angolanos

Técnicos ambientais e integrantes de ONGs têm opiniões diversas sobre pertinência da homenagem a João Lourenço. Presidente foi distinguido durante a gala anual da Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente.

Uma homenagem política. É assim que o ativista Leo Paxi, diretor-executivo da organização não-governamental Ação Florestal, classifica a homenagem feita pela Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente (ICCF, na sigla em inglês) ao Presidente angolano, como reconhecimento ao seu engajamento na causa ambiental.

O ativista dá como exemplo a devastação das florestas, um pouco por todo país, sem que as autoridades governamentais tomem medidas concretas para contrapor o cenário.

“Para mim esta ação foi mais política, porque nós temos as florestas devastadas dia e noite com a exploração de madeira e carvão e não há políticas próprias para contrapor está situação”, argumenta Paxi.

Para Valdemiro Russo, da Fundação Kissama, a homenagem ao Presidente João Lourenço é um alerta para a necessidade de o Executivo angolano alinhar-se às políticas e estratégias internacionais sobre a natureza e, até mesmo, acelere processos atrasados.

“Não é muito claro em relação aos esforços que são feitos, mas há uma colagem ao acordo Casas, da região do Okavango-Zambeze, onde Angola é o único país desta zona que ainda não ratificou o acordo”, opina.

Acordo com a African Parks

O Presidente angolano disse que o país iniciou negociações com a ONG African Parks para uma parceria público-privada para a cogestão de longo prazo e desenvolvimento dos parques naturais de Luengue-Luiana e Mavinda, no sudeste de Angola.

João Lourenço sublinhou que aqueles parques naturais formam um corredor de ligação a outras zonas protegidas da região transfronteiriça protegida do Okavango-Zambeze.

Sobre o assunto, Valdemiro Russo considera a decisão de estabelecer parceria público-privada com a African Parks como oportuna e acertada e há muito aguardada pela Fundação Kissama.

Russo lembra que a ONG sul-africana assinou em dezembro de 2019 um acordo com o Governo angolano para gestão do Parque Nacional do Yona. “Não será o primeiro, e a expansão para o Luengue-Luiana e Mavinda, portanto, faz parte desta estratégia de parcerias para a gestão dos nossos parques. Penso que será uma estratégia acertada vamos ver os resultados que iram dar”, sugere.

Modelo controverso

Nem todos concordam com este modelo de gestão dos parques nacionais. Para Léo Paxi, existem no país organizações com capacidade comprovada para geri-los.

Segundo o ambientalista, Angola tem recursos humanos e técnicos com conhecimento suficiente para fazer a gestão desses ambientes. “Temos pessoas com muita responsabilidade e capacidade de dar resposta e trabalhar com o Governo angolano para esta proteção”.

Paxi não crê que seria uma iniciativa necessária recorrer a ONGs e técnicos estrangeiros para fazer a gestão dos recursos naturais angolanos. Para o ambientalista, técnicos angolanos “talvez sairiam mais barato”.

 

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados