O navio oceanográfico angolano Baía Farta realiza nos próximos dias a sua primeira avaliação dos recursos pesqueiros no norte de Angola, anunciou a secretária de Estado angolana para as Pescas, Esperança Costa
“Felizmente poderemos, nos próximos meses, contar com a operacionalização do navio de investigação científica Baía Farta que iniciará, nos próximos dias, o seu primeiro cruzeiro de demersais [peixes que vivem no fundo do mar] na parte norte de Angola”, disse Esperança Costa, durante o encerramento da conferência “Economia do Mar — Potencialidades da Indústria Marinha e Pesqueira Nacional, que hoje decorreu em Luanda.
O objetivo é “avaliar o grau de abundância do recurso para, cada vez mais, ajustar o total admissível de capturas para garantir a renovação dos recursos para usufruto de gerações futuras”, sublinhou a governante, que interveio remotamente, a partir de Roma.
O Baía Farta chegou a Angola em 2018, mas só em abril deste ano terminou a primeira fase de testes/provas do mar para aferir se estavam ultrapassadas as inconformidades e avarias detetadas ao longo do percurso Roménia (país de origem)/Angola, noticiou na altura a ANGOP.
A Damen deveria ter procedido à reparação das anomalias do navio angolano até julho de 2020, mas devido às restrições impostas pela covid-19 os objetivos foram adiados.
A empresa e o Ministério da Agricultura e Pescas negociaram então a prorrogação do período de garantia, que terminava em 2020, para julho de 2021, tendo ficado acertado que a Damen começaria a reparação das avarias de oceanografia (área ambiental) do navio em novembro de 2020.
As inconformidades estavam ligadas fundamentalmente aos instrumentos de medida, necessários para estudar os recursos haliêuticos em termos oceanográficos.
“Aposta na melhoria das infraestruturas de apoio às pescas, melhoria da fiscalização e supervisão e assertividade na recolha de dados com impacto na gestão das pescas são algumas das prioridades do executivo angolano para o setor”, elencadas por Esperança Costa.
Com uma produção anual a rondar as 300 a 400 mil toneladas de pescado, das quais 30% provenientes da pesca artesanal que emprega mais de 50 mil pescadores, o executivo angolano está também “a aprimorar o quadro legal” tendo aprovado recentemente um plano de ação para o setor, que inclui a proteção dos pescadores artesanais.