Turquia: Presidente angolano propõe “cooperação estratégica” com Turquia e pede mais investimento

O Presidente angolano, João Lourenço, propôs hoje na Turquia “uma cooperação estratégica” entre os dois países, pedindo mais investimento privado turco em Angola que ajude na diversificação da economia

“Angola pretende fortalecer as suas relações económicas, financeiras e empresariais com a Turquia e estabelecer as bases de uma cooperação estratégica entre os dois países”, afirmou João Lourenço no Fórum Empresarial Angola-Turquia, que decorreu durante a sua visita a Ancara.

O objetivo é claro: “Pretendemos atrair investidores da Turquia que tragam à nossa economia não só capital financeiro e tecnologia avançada, mas que tragam sobretudo ‘know-how’, que nos permita diversificar e aumentar com rapidez e eficiência a produção interna de bens e de serviços”.

O chefe de Estado angolano salientou que o seu país tem vindo a realizar “reformas económicas e financeiras, com vista à estabilização macroeconómica, criando as condições para um crescimento em bases mais sustentadas”.

O líder angolano salientou as “medidas legais de simplificação e facilitação de processos burocráticos”, a melhoria do “ambiente de negócios”, procurando atrair para Angola “um maior volume de investimento privado estrangeiro”.

A nova legislação sobre o investimento privado, assim como a política cambial, “reduziram drasticamente os entraves ao investimento e garantem maior proteção legal aos investidores estrangeiros, permitindo-lhes transferir para o exterior os seus dividendos e lucros, em tempo oportuno”, recordou o governante.

No encontro, os dois Governos assinaram um Acordo de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos, “um instrumento legal que vai dar maior confiança e segurança jurídica aos investidores” dos dois países.

Além de áreas tão diversas como a agropecuária, silvicultura, pescas, recursos minerais ou turismo, João Lourenço admitiu que Angola tem um “particular interesse em acolher investimentos de empresas turcas na área da indústria de produção de materiais de construção, montagem de automóveis e motorizadas, de produtos eletrónicos e eletrodomésticos”, entre outras prioridades.

Hoje em dia, “já contamos com alguns investimentos turcos de grande dimensão, particularmente na exploração do minério de ferro e produção do aço”, mas “dispomos de outros minérios, como o ouro, o cobre, e metais raros por explorar”, salientou o governante angolano, que falou também no pacote de empresas públicas a privatizar.

Os concursos públicos para construção e gestão de equipamentos foram outros dos destaques de João Lourenço no seu discurso aos empresários turcos.

Hoje, Angola tem um “ambiente de estabilidade e segurança prevalecente”, com “elevado potencial de rentabilidade”, resumiu João Lourenço.

Os investimentos turcos em Angola atingem atualmente 200 milhões de dólares (169 milhões de euros), valor que o Presidente angolano espera aumentar a médio prazo.

João Lourenço, que se encontra de visita à Turquia para impulsionar as relações económicas dos dois países, será ainda recebido pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Entre 2015 e 2020, Angola comprou à Turquia bens no valor de 1,7 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros), enquanto as exportações angolanas para a Turquia não superaram os 42 milhões de dólares (35 milhões de euros).

Nos últimos 18 anos, a Turquia aumentou consideravelmente a sua presença em África, passou de apenas 12 embaixadas e investimentos na ordem de 100 milhões de dólares (85 milhões de euros) em 2003 para 42 embaixadas e cerca de 6,5 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) de investimento direto em 2021.

No período de 2003 a 2019, o comércio com África aumentou cerca de cinco vezes e 51 cidades africanas são agora servidas pela Turkish Airlines, que prevê iniciar ligações diretas com Angola em breve.

 

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