África: Kinshasa e Kigali pedem “rápido envio” de força regional para a República Democrática do Congo (RDC)

Reunidos em Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda pediram celeridade no envio de uma força regional para o leste congolês. Tensão aumentou entre os dois países após reinício dos combates entre o exército da RDC e os rebeldes do M23.

A República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda apelaram esta quinta-feira (21.07), em Luanda, ao “rápido envio de uma Força Regional para o leste da RDCongo conforme o processo aprovado em 20 de junho em Nairobi”.

O apelo consta do comunicado final da reunião da Comissão Conjunta Permanente (CCP) da RDC e Ruanda realizada na capital angolana entre os chefes das diplomacias dos dois países, Christophe Lutundula Apala Pen’Apala e Vicent Biruta, respetivamente, sob mediação de Angola e no âmbito do mandato conferido a este país pela União Africana.

A proposta de criação da referida força regional saiu da cimeira realizada em Nairobi, em 20 de junho, pelos líderes da Comunidade da África Oriental, e visa tentar acabar com o conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC).

A tensão entre o Ruanda e a República Democrática do Congo (RDC) cresceu exponencialmente nos últimos meses, após o reinício em março último dos combates entre o exército da República Democrática do Congo (RDC) e o movimento rebelde de 23 de Março (M23), que, segundo Kinshasa, é apoiado pelo país vizinho, uma acusação negada por Kigali.

Troca de acusações

No comunicado final da reunião em Luanda, os dois países pedem expressamente a Angola “que se envolva e garanta o rápido envio (da Força Regional) o mais rápido possível”.

Além do M23, a tensão entre Kinshasa e Kigali é protagonizada por outros intervenientes, designadamente as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR-FOCA) que, por sua vez, Kigali acusa Kinsaha de apoiar e armar, o que é negado pela RDC.

Sobre as FDLR-FOCA e grupos dissidentes, o comunicado de Luanda defende que a Força Regional garanta a sua “erradicação”. “Ao mesmo tempo, as duas partes [RDC e Ruanda] deverão trabalhar para restabelecer a confiança mútua”, salienta-se no documento.

“Para assegurar o respeito e operacionalização do mecanismo de verificação das acusações no quadro do restabelecimento da confiança mútua, que ficará na dependência direta de um oficial general de Angola”, as duas partes apelam ao Presidente angolano João Lourenço que nomeie rapidamente esse militar, que seja coadjuvado por uma equipa de observadores angolanos e oficiais de ligação designados pela República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda.

Os dois países decidiram ainda “retomar contactos regulares” entre os responsáveis dos respetivos Serviços de Defesa e Segurança, que visam “concorrer para o restabelecimento da confiança mútua”.

O anfitrião da reunião de Luanda entre os chefes das diplomacias da República Democrática do Congo (RDC) e do Ruanda foi o ministro das relações Exteriores de Angola, Téte António, que também subscreveu o comunicado final.

 

 

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