África: Líder cívico angolano apela pela “transição política” na Guiné Conacri

A UNIÃO DO POVO ANGOLANO (UPA) apoia, com algumas reservas e recomendações, a deposição do Presidente da Guiné Conacri, Alpha Condé, de 83 anos de idade, numa acção militar das Forças Especiais lideradas pelo Tenente-Coronel Mamady Doumbouta.

A posição e o apoio da UPA baseia-se em dois grandes motivos:

  • 1 – A acção liderada pelo Tenente-Coronel Mamady Doumbouta visa restituir à Guiné Conacri a legalidade Constitucional e a Dignidade de um Estado Democrático de Direito, ao terminar o terceiro mandato inconstitucional e ditatorial do Presidente Alpha Condé, que desde 18 de Outubro de 2020 gerou instabilidade no país, causando a detenção de vários críticos e opositores e resultando na morte de dezenas de pessoas.
  • 2 – O Soberano Povo da Guiné Conacri apoiou efusivamente nas ruas de todo o país, a deposição do Presidente Alpha Condé pelas Forças Especiais, e a UNIÃO DO POVO ANGOLANO respeita acima de tudo esta manifesta e legítima vontade daqueles irmãos africanos.

Reconhecemos que é lamentável que os cidadãos de qualquer país no mundo tenham de enveredar na mudança de regimes políticos através da força militar ou de levantamentos ou manifestações populares. Porém, a crítica situação da Guiné Conacri, idêntica com a da República de Angola e de outros países com regimes autoritários, onde os partidos que lideram os respectivos governos, usam e abusam do poder, manipulando as instituições dos respectivos Estados para se perpetuarem no poder, deixa qualquer povo sem outras escolhas.

À título de exemplo, em Angola, a aprovação da Lei Orgânica das Eleições Gerais unicamente pelos deputados do partido no poder, MPLA, ocorrida no dia 01 de Setembro de 2021 na 12ª Reunião Plenária Extraordinária da IV Sessão Legislativa da Assembleia Nacional, é a clara imposição de uma legislação que atenta contra um Estado Democrático de Direito porque impede a realização de eleições livres, justas e transparentes.

No entanto, as reservas da UPA (UNIÃO DO POVO ANGOLANO) quanto ao sucedido na Guiné Conacri, incidem-se nos relatos sobre supostos apoios e/ou financiamentos de alguns países na acção militar liderada pelo Tenente-Coronel Mamady Doumbouta, dando a conotação de interesses imperialistas.

As acusações baseiam-se fortemente nas informações que dão conta que o Tenente-Coronel Mamady Doumbouta teve formação militar dos Estados Unidos da América e pertenceu a Legião Estrangeira Francesa (FFL, em francês: Légion étrangère), que é um ramo do serviço militar do Exército Francês criado em 1831, onde soldados estrangeiros de infantaria altamente treinados realizam serviços em prol da França.

Por esta razão, a UPA recomenda que as Forças Especiais lideradas pelo Tenente-Coronel Mamady Doumbouta devem genuinamente defender os interesses do Povo da Guiné Conacri, transferindo imediatamente o processo de transição política aos cidadãos civis de referência, garantindo que sejam realizadas eleições livres, justas e transparentes.

Nesta fase crítica, a UNIÃO DO POVO ANGOLANO (UPA) deseja coragem e boa sorte ao povo irmão e garante que continuará a acompanhar minuciosamente a situação na Guiné Conacri, defendendo acima de tudo a agenda dos africanos.

Viva o Povo Irmão da Guiné Conacri!
Viva o Povo Africano!

Luanda, aos 06 de Setembro de 2021.

A Direcção
Pedrowski Teka,
Presidente e Comissário-Em-Chefe da UPA.

 

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