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Angola: 11 de Novembro: A vontade de sermos NÓS mesmos e na Pátria do nosso nascimento

No dia 11 de Novembro de 1975, a vontade de sermos NÓS mesmos e na Pátria do nosso nascimento sobrepôs-se a todos os factores divisionistas, fossem eles internos ou externos.

Depois de incomensuráveis sacrifícios consentidos pelos seus mais valorosos filhos, independentemente da sua filiação politica e partidária, no Wizi, Luanda e Wambu as vozes mais autorizadas não hesitaram em declararem-se independentes da antiga metrópole, dos antigos usurpadores da nossa soberania. Reginaldo Silva escreveu ontem e muito bem a esse respeito “…a independência a 11 de Novembro foi a única cláusula do Acordo de Alvor que foi integralmente cumprida”.

Quando um grupo de desesperados quis proclamar uma pseudo república portuguesa em África na então cidade de Sá da Bandeira, foi prontamente repelido.

Naquele dia, sentimos todos, mesmo se éramos mais novos, que tínhamos dado um mau arranque a um processo complexo num xadrez com três forças políticas em total desacordo com o documento constituinte da República de Angola, o Acordo de Alvor.

Que as coisas não iriam correr como todos desejavam, pois havia “convidados” e mesmo “patos” a mais que acabaram estragando a nossa grande festa porque todos eles vieram com agendas próprias.

Convidados e patos que contra ventos e marés acabaram ficando por cá e entre nós durante quase duas décadas tentando “animar a nossa festa” à sua maneira até que por um concurso de circunstâncias endógenas e exógenas todos eles acabaram regressando à procedência não sem deixar marcar profundas dos efeitos das respectivas agendas.

Voltamos a ficar juntos mas faltou a “magia da química” para produzir a necessária reacção que nos permitisse pensar e acreditar que apesar das nossas diferenças éramos todos filhos desta terra.

Depois de 45 anos, sem mais “convidados” nem “patos inconvenientes”, com altos e baixos, é minha profunda convicção que aprendemos muito uns com os outros, conhecemos-nos melhor.

Não deviam mais persistir as desconfianças patológicas que nos fazem ver um inimigo em cada esquina ou uma tentativa de “golpe de estado” em qualquer iniciativa cidadã.

Recuso-me neste 11 de Novembro, a pensar que as disputas pelo controlo do poder sejam o traço fundamental das relações entre os angolanos. Temos pelo menos de estar juntos e de acordo sobre que Angola os angolanos gostariam de ver edificada, princípios, objectivo, divisa, etc. Assim as disputas situar-se-iam apenas ao nível do modus faciendi. Não podemos divergir até sobre a origem do ar que respiramos ou sobre o chão que nos sustenta.

Aproveitemos esta ocasião da celebração dos 45 anos da nossa independência para esquissarmos uma nova forma de ser e estar na política. O DIÁLOGO seja a pedra de toque de todo esse empreendimento.

Se houver um esforço genuíno no sentido de corrigirmos o que foi mal feito desde que existimos como país independente, Angola e os angolanos serão eternamente gratos à actual classe política do nosso país.

Termino com a devida vénia aos nossos três maiores, sem os quais o sonho da independência seria apenas uma quimera.

Eles cumpriram com denodo a missão de libertar, cabendo às actuais lideranças a espinhosa tarefa de democratizar, unir, desenvolver e modernizar a Angola, o nosso projecto comum.

Viva Angola!
Viva o 11 de Novembro!
Que viva para sempre a memória dos nossos mais velhos Jonas Savimbi, Agostinho Neto e Holden Roberto!

Lukamba Gato

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