O político angolano Abel Chivukuvuku disse hoje que apenas aceitaria integrar um governo do MPLA caso aceitassem as suas propostas, reiterando que tem estado a dialogar “com todos” os partidos sobre a sua participação na vida política do país.
Abel Chivukuvuku, que continua a lutar na justiça pela legalização do seu projeto político PRA-JA Servir Angola, repetiu hoje que vai participar das eleições gerais de 2022 de qualquer forma, falando numa conferência de imprensa para dar a conhecer o processo.
“Posso confirmar que o PRA-JA hoje é como se fosse a menina bonita do bairro, todos os rapazes querem a menina. A menina é que tem que ter juízo para não ir com o primeiro bandido que aparecer”, referiu.
Abel Chivukuvuku disse que está a conversar, por solicitação dos diferentes partidos políticos, e a fazer as suas avaliações.
“E quando digo todos é mesmo todos [os partidos], conhecemos as forças políticas relevantes do país e estamos a dizer que todos estão atrás de nós, [porque] a menina é muito bonita no bairro”, salientou.
Questionado se “todos” inclui também o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, Abel Chivukuvuku disse que sim.
“Já expliquei que um dos problemas do PRA-JA era que gostariam que nós entrássemos para o Governo, isso é público, e tivemos muitas discussões sobre isso. E a minha posição é simples e clara: é normal que o partido no poder queira, o PRA-JA tem quadros para participar no Governo, é normal e é patriótico. Só no meu entendimento, você não vem me dizer entra no Governo, você vem me dizer o que nós queremos realizar no país é isto, isto e isto, vocês concordam ou querem dar também as vossas ideias, como é que devemos realizar o país, isto é, concordarmos sobre o modelo de realização do país”, disse.
O político sublinhou que não aceitaria entrar simplesmente para o Governo, sem a posição que defende porque todas as pessoas conhecem “a cultura política do MPLA”.
“Usam e descartam, e nós não somos descartáveis”, realçou.
Nos últimos dias tem sido noticiado o possível regresso de Abel Chivukuvuku para a CASA-CE, coligação política que participou na sua fundação, em 2012, e liderou até 2018, com a possível saída da liderança de André Mendes de Carvalho “Miau”, a pedido de quatro das seis forças políticas que integram aquela segunda maior força política da oposição em Angola.
Perante as dificuldades de legalização do seu novo projeto político, em curso desde 2019, outra hipótese que se tem levantado é a entrada de Abel Chivukuvuku para o partido político Bloco Democrático.
Ambas as cogitações nunca foram confirmadas por Abel Chivukuvuku, que continua a acreditar que o PRA-JA Servir Angola será legalizado.