Angola/Cafunfo: Abel Chivukuvuku considera que “houve excesso de força”

O político angolano Abel Chivukuvuku considerou hoje que houve excesso do uso de força e abuso do poder no incidente ocorrido no Cafunfo, província angolana da Lunda Norte, que provocou, segundo as autoridades, seis mortos, cinco feridos e 16 detidos.

Abel Chivukuvuku reagia ao incidente na sequência de uma tentativa de manifestação de um grupo de pessoas, que as autoridades classificaram como um ato de rebelião, porque, munidos de armas, atacaram uma esquadra de polícia.

Segundo Abel Chivukuvuku, não é a polícia que autoriza ou desautoriza manifestações, por ser apenas um órgão administrativo, para assegurar a ordem, “mais nada”.

“E tudo o que nós podemos interpretar é que houve excesso do uso da força, abuso do poder e violação dos cidadãos, é só isso, tudo o resto é manipulação, como já estamos habituados”, referiu.

Para o político, a argumentação do Governo não é aceitável e “é mais uma vez um exercício de manipulação da consciência dos angolanos”.

“Duas pequenas perguntas, se é rebelião armada por que é que nenhum dos indivíduos tinha armas, como é que é armada sem armas. As imagens que circularam de cidadãos mortos nenhum deles tem uma arma ao lado, como é que é rebelião armada”, questionou.

“Se é rebelião armada de 300 pessoas, como é que não morreu nenhum polícia e nenhum militar só morreram os cidadãos, portanto, é mais uma vez manipulação, porque todos nós conhecemos a natureza violenta do sistema, todos nós conhecemos as práticas das nossas forças de ordem pública e segurança, que, infelizmente, ao invés de proteger o cidadão vão contra o cidadão”, acrescentou.

De acordo com Abel Chivukuvuku, o país “deveria ter vergonha do sadismo que demonstraram nas imagens”, onde “até os feridos que estavam, no chão que tentaram levantar-se, levaram pontapés, tanta maldade para quê”.

 

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