O político considera um erro ingressar num outro partido porque seria o reviver dos sete anos de CASA-CE, projecto idealizado e alavancado por ele.
Abel Chivukuvuku não vai integrar a lista de qualquer partido, ainda que o Tribunal Constitucional (TC) tarde a legalizar o projecto político “PRA – JA SERVIR ANGOLA”, assegurou ao Vanguarda Jorge Martins da Cruz, membro da Coordenação-geral daquela organização política.
O membro da Coordenação-geral do “PRA – JA SERVIR ANGOLA” reage às informações segunda as quais Abel Chivukuvuku está a negociar com o presidente da Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino Moreira, para ingressar naquele partido político, na condição de cabeça de lista, tendo em conta as eleições gerais de 2022.
Apesar de estar fora do Parlamento, APN é dos poucos partidos políticos que conseguiu 0,5% de votos expressos a nível nacional, nas eleições gerais de 2017, evitando assim a extinção, como estabelece a Lei dos Partidos Políticos na i) do artigo 33º. A organização de Quintino Moreira está (legalmente) apta para concorrer no próximo pleito eleitoral.
Nem o ingresso no Bloco Democrático (BD), partido que integra a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), como também se aventa, está nas cogitações do político Abel Chivukuvuku, segundo Jorge Martins da Cruz.
Possível aproximação com o BD
O Vanguarda apurou que existem fortes ligações entre o coordenador do “PRA – JA SERVIR ANGOLA” e os membros influentes do BD. Razão pela qual o partido liderado por Justino Pinto de Andrade coligou-se à CASA-CE, conseguindo um assento no Parlamento e sobrevivido à extinção, à luz da i) do artigo 33º da Lei dos Partidos Políticos.
Os membros do BD, segundo António Américo, analista político, ainda têm na memória a extinção da Frente para Democracia (FpD) por não obter 0,5% de votos expressos a nível nacional, nas eleições gerais de 2012, “razão pela qual há todo o interesse de ambas as partes (BD e “PRA – JA SERVIR ANGOLA”) caminharem de mãos dadas nas eleições gerais de 2022”.
Apesar dos argumentos de Jorge Martins da Cruz, António Américo acredita na inclusão do “PRA – JA SERVIR ANGOLA” no BD “porque no próximo ciclo legislativo a CASA-CE poderá sofrer alterações (no âmbito da sua constituição). Pelos obstáculos políticos o projecto de Abel Chivukuvuku dificilmente terá um paracer positivo do TC”.
Independência é a solução
As atenções da Comissão Instaladora do “PRA – JA SERVIR ANGOLA”, coordenada por Chivukuvuku, disse Jorge da Cruz, estão centradas no processo de acreditação daquele partido no TC, inclusive remeteram mais uma peça naquele órgão jurisdicional, no âmbito do recurso extraordinário de inconstitucionalidade já interposto.
“A solução jamais passa pelo recurso à APN ou ao BD. Vamos lutar até às últimas consequências. Há violação do artigo 52º da Constituição da República de Angola (CRA/2010) que permite Abel Chivukuvuku participar (directamente) na vida pública”.
Medo de voltar a errar
“Não queremos voltar a errar como no passado. Trabalhámos arduamente na CASA-CE, foram sete anos de muito trabalho e sacrifício e por fim fomos expulsos. Não estamos preparados para passarmos pela mesma situação. Foi muito duro”, disse Jorge Martins da Cruz que aproveitou o momento para desmentir quaisquer possibilidades de Abel Chivukuvuku regressar à UNITA, onde foi forjado como político e militar.
Embora o período eleitoral esteja perto do fim, o membro da Coordenação-geral do “PRA – JA SERVIR ANGOLA” está seguro de que os angolanos estão a espera pela entrada de “PRA – JA SERVIR ANGOLA” GARANTE Chivukuvuku não vai procurar refúgio noutro partido político .
“A adesão em massa de jovens ilustra o apoio ao líder do nosso partido. Estamos representados em todo o território nacional”, assegurou Jorge da Cruz, ouvido pelo Vanguarda.
O político acredita num resultado positivo nas eleições gerais de 2022 e nas autarquias, ainda que o TC valide o projecto “PRA – JA SERVIR ANGOLA” a faltarem 15 dias do pleito.
Texto do Vanguarda