Angola: Adalberto Costa Júnior insta que “discussões no Parlamento” passem em directo após UNITA sofrer alegada censura

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, defende que as Plenárias da Assembleia Nacional, devem ser transmitidas em directo, na sua totalidade, após ter presenciado um acto que segundo este não poderia contar com o seu silêncio.

Na manhã de quinta-feira, 24 de fevereiro, a Assembleia Nacional assistiu a uma sequência de actos, quais ACJ considerou incomuns e que transmitem práticas novas de distanciamento absoluto aos valores democráticos, muito preocupantes ocorrerem na “Casa das Leis”.

Referindo-se da sequência dos actos, relatou que, como tem sido habitual pouco antes do início da Plenária, os jornalistas encontravam-se na sala do Plenário, correndo um atraso, não justificado, no início dos trabalhos (cerca de 30 minutos).

Na ocasião, os jornalistas terão informado que alguém instruiu para que fossem todos retirados da sala e, iniciados os trabalhos, os parlamentares foram informados que a sessão não estava a ser transmitida em nenhum canal público (rádio e televisão), como obriga a lei.

Conforme ainda ACJ, o primeiro acto da Plenária era a votação de um Requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar da UNITA, com conteúdos relativos à greve dos médicos e dos professores, tendo o Grupo Parlamentar do MPLA votado contra a aceitação e discussão do Requerimento, impedindo assim a sua discussão.

“Retomada a Ordem do Dia, presenciamos à reentrada dos jornalistas na sala do Plenário. Soubemos também que naquele preciso momento tinha sido iniciada a transmissão da Sessão na rádio e na televisão públicas”.

Ora, sublinhou, ficou claro que uma “mente iluminada” entendeu ter o poder de decidir controlar os conteúdos que o cidadão deve poder acompanhar e também o que lhes deve ser negado conhecimento, mesmo que para tal tenha de violar leis usando a tesoura da censura nos debates da Assembleia Nacional.

“O Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA apresentou um protesto formal e pediu uma explicação à Mesa, que referiu não se ter apercebido do acima relatado”, contou o líder da UNITA.

Assim, concluiu que só alguém com poder teria condição de mandar sair os jornalistas e instruir os órgãos públicos para retardar a emissão em directo, até ao exacto momento de sua conveniência.

Entretanto, salientou que não será difícil à Mesa da Assembleia saber quem foi a “mente iluminada” que instruiu o protocolo a fazer sair os jornalistas e quem os voltou a instruir para reentrarem. “Mal vai a nossa democracia”.

 

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