A transição política e uma nova projeção mundial ajudaram Angola a subir 37 posições no índice de países da agência de comunicação britânica FutureBrand para 32.º lugar, de acordo com o estudo anual publicado hoje.
No ano passado, o país estava em 69.º lugar, abaixo de países como o Sudão, Myanmar ou Casaquistão, mas este ano ultrapassou Argentina, Brasil, Grécia e China.
“Angola teve uma mudança radical no último ano. Há muitos mais aspetos positivos a virem à superfície, como a cultura e arte tradicionais. O que Angola beneficia agora é de uma positividade em geral”, explicou o Diretor de Estratégia Global, Jon Tipple, à agência Lusa.
O “fator novidade” beneficia frequentemente países antes afetados por guerra civis e instabilidade política, mas, após estes problemas serem resolvidos, sobressaem outros motivos de interesse, como a cultura e beleza natural, mas também potencial económico e valores sociopolíticos.
“O desafio agora é manter e garantir que se mantém esta perceção: manter a estabilidade, demonstrar a novidade, apoiar a tolerância, ser visto como um bom local para fazer negócios, para viver ou estudar e passar tempo”, vincou Tipple, durante um evento organizado pela Associação de Imprensa Estrangeira no Reino Unido.
O Índice da FutureBrand pega numa lista dos países que representam os 75 líderes em termos de Produto Interno Bruto (PIB), segundo os critérios do Banco Mundial, e ordena-os de acordo com a imagem e reputação que têm internacionalmente.
A classificação foi feita a partir de um questionário a 2.500 profissionais qualificados que viajam frequentemente, pontuando 18 atributos distribuídos por seis categorias (turismo, tradição e cultura, qualidade de vida, potencial económico, valores sociopolíticos e produtos originais).
“O que nós tentamos fazer é perceber a relação entre a forma como um país ou uma empresa são avaliados e reconhecidos. As empresas e países com um alinhamento forte e uma relação de apoio entre o valor, seja o PIB ou capitalização bolsista, e a forma como são vistos por todo o mundo pode ser um indicador interessante de como estão preparados para crescer”, adiantou Tipple.
O Japão manteve a primeira posição, a qual ocupa desde a edição inaugural deste índice em 2014, seguido pela Suíça, Alemanha e Canadá.
Portugal, 48.º país em termos de PIB, subiu um lugar no índice da FutureBrand, para 24.º, enquanto o Brasil, nona maior economia mundial, desceu 10 posições, para 57.º lugar.
Apesar de um ano marcado por tensões políticas e críticas pela forma como enfrentaram a pandemia covid-19, EUA (13.º) e Reino Unido (20.º) mantiveram-se no topo 20, repetindo a robustez da imagem internacional, mesmo durante períodos de crise.
O índice também revelou uma confiança global crescente em África, com Angola, Argélia (34.º) e Quénia (46.º) entre os cinco países com melhor desempenho desde o ano passado, e no Oriente Médio, que viu os Emirados Árabes Unidos (9.º) a entrar para os 10 primeiros pela primeira vez.
Este ano, os inquiridos foram questionados sobre a pandemia covid-19, e a Nova Zelândia foi o país com melhor perceção em termos de medidas eficazes para travar o coronavírus, seguida pela China e Alemanha.