Mais de um ano já passou desde que o Supremo Tribunal Militar decidiu em que os comandos foram usados ilegalmente para proteger interesses privados de generais
Mais de um ano depois do Supremo Tribunal Militar de Angola ter confirmado que 200 antigos membros da 23ª Companhia de Comandos foram transferidos ilegalmente para uma empresa de segurança privada, a “Teleservice” na “Região Leste” , eles continuam à espera dos salários pelo tempo de serviço prestado naquela companhia privada.
Os comandos foram usados para proteger actividades diamantiferas nas Lundas, alegadamente controladas por diversos generais das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Os salários em causa dizem respeito ao período entre 1995 e 2008, altura em que aqueles militares passaram à reforma.
Um dos antigos militares disse à VOA ter provas documentais em como os seus salários continuaram a ser pagos através das Finanças das FAA, mas eles nunca os receberam.
“Usaram a boa estratégia para roubarem o Estado e mataram muita gente com esta estratégia”, disse.
Um dos responsáveis da comissão da 23ª Brigada de Comandos, Gaudêncio Januário Finete, fez cartas a muitas instituições na tentativa de solucionar o problema, mas sem qualquer sucesso.
“Já escrevemos para várias instituições do país mas esses mais velhos fazem vista grossa”, disse.
Em 2019, o general António Faceira, que durante esse período era comandante de divisão nas forças especiais, disse desconhecer o caso.
“Eu não sei de nada”, afirmou.
Por seu lado, o general António Filomeno Costa Pereira “Meno” também negou qualquer envolvimento no desvio dos fundos e afirmou na altura que a direcção das forças especiais deveria esclarecer o caso que disse ter sido um processo aberto.
“A decisão de colocar os comandos na empresa privada tinha sido uma decisão de caracter estratégico”, acrescentou.