O partido UNITA em Ndalatando, província angolana do Kwanza Norte, foi alvo de ataques na madrugada deste domingo (22.11), depois que as suas bandeiras hasteadas desde a noite de quinta-feira foram destruídas.
As bandeiras da UNITA estavam hasteadas em várias ruas da cidade de Ndalatando, até ao bairro Queta, arredores daquela cidade, capital do Kwanza Norte. Os referidos símbolos foram vandalizados e desapareceram todos na manhã deste domingo (22.11).
A informação foi avançada ao correspondente da DW África no local por Fernando Alberto, membro do maior partido na oposição em Angola, destacado em Ndalatando.
“Os nossos adversários políticos continuam a pensar que o país e o Kwanza Norte são de sua pertença e que a UNITA é seu inimigo”, desabafou o membro da UNITA.
“Intolerância política”
Alberto afirmou, por outro lado, que “este pensamento segundo o qual Angola é ‘nossa’ esteve na origem dos conflitos que o país teve, desde 1975”, mas, “basta de intolerância política”, advertiu Fernando.
Também ouvido pela DW África, o engenheiro informático, Mateus Kiamba, lamentou o sucedido e disse que este tipo de comportamento é uma prática ecorrente, e que quase sempre acontece com as bandeiras da UNITA e da CASA-CE.
“É um fenómeno que pode provocar espírito de ódio e revolta por parte dos militantes dessas forças políticas, que sempre estão a ver os seus símbolos ou bandeiras vandalizadas e retiradas no calar da noite, sob olhar impávido e sereno dos órgãos de defesa e segurança”, explicou.
Kiamba, aconselha a direção da UNITA no local a fazer queixa à Procuradoria-geral da República na região (PGR), pelo facto de ser uma prática recorrente e ninguém ser responsabilizado pela prática “contrária à jovem democracia” angolana, disse Kiamba.
“Não sabe sobre a ocorrência”
O membro do maior partido na oposição em Angola, Fernando Alberto, informou ainda ter tentado ligar para administrador municipal de Cazengo, Malundo Fausto Katessamo, que terá dito “não saber sobre a ocorrência deste domingo”.
Sobre o assunto, o correspondente da DW África tentou contactar por telefone o diretor municipal da fiscalização de Cazengo, Fernando Dingano, que não atendeu as chamadas.
Entretanto, Cristóvão Alexandre, um estudante de Direito chamado a comentar sobre o assunto, disse que a intolerância política na província do Kwanza Norte é muito acentuada, “principalmente quando a questão é a UNITA”.
Alexandre lamentou a ocorrência e também aconselha a UNITA reagir, o mais rápido possível, com queixa-crime aos órgãos de justiça. “Apesar de o poder judicial ainda estar preso ao poder político do atual regime, a direção da UNITA tem de apresentar uma queixa-crime às autoridades”, concluiu.