Angola/Benguela: Governo e sindicatos da Função Pública negoceiam com “ameaça de greve” à mesa

Uma greve geral na função pública em Angola já no início do próximo ano, com mais de 40 mil funcionários em protesto, pode ser a resposta a um eventual aumento salarial sem a actualização de categorias, conforme reafirma a Federação dos Sindicatos da Administração Pública, Saúde e Serviços, a 24 horas do regresso à mesa de negociações. Um dia antes da retoma das negociações, sindicatos apontam insuficiências nas respostas a exigências da classe.

É a mensagem que os sindicatos vão apresentar nesta quarta-feira, 15, no frente-a-frente com o Ministério do Trabalho e Segurança Social, após terem detectado alterações nas suas propostas, que relegam para segundo plano trabalhadores do regime geral a caminho da reforma.

O memorando assinado em Setembro, na presença de representantes da Casa Civil da Presidência da República, vai estar em discussão, quando em vários círculos da sociedade é dado como certo um aumento salarial em Dezembro deste ano ou Janeiro de 2022.

O líder da Federação Sindical, Custódio Cupessala, que diz estar a par de tudo, embora sem nada oficial, alerta que o cenário de Maio último, altura das greves nos Governos Provinciais, Administrações Municipais e departamentos ministeriais, pode estar de volta.

“Há depoimentos da senhora ministra das Finanças que apontam para promessas mediante boas receitas, mas o pessoal do regime geral não está de acordo, é primeiro a actualização. Se já existe essa probabilidade … isso vai criar situações desastrosas”, avisa Cupessala, para quem “se isso acontecer no regime específico, sem mexidas no geral, no próximo ano vamos ter uma greve nacional”.

São 41.444 pessoas à espera de actualização de categorias, muitos a caminho da reforma.

“Alguém na Função Pública há 45 anos e com 66 de idade, já licenciado, pode ir à reforma como assessor e não técnico superior de terceira classe. Deu o seu cabedal, é isso que não queremos, é preciso dar dignidade e o Governo deve valorizar todos”, acrescenta o líder sindical..

Há dois meses o Governo angolano aventou a possibilidade de aumentar os salários, tendo a oposição, em resposta, falado em manobra eleitoralista para o próximo ano.

 

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