Angola/Benguela: UNITA e MPLA voltam a trocar “acusações” de violência e intolerância política

Enquanto milhares de angolanos celebravam o dia da paz e reconciliação nacional, na segunda-feira, 4, com o ponto mais alto no Cunene, onde esteve o Presidente da República, a UNITA denunciava, na província de Benguela, que um secretário seu tinha sido espancado por supostos militantes do MPLA, no seguimento de dois dias de perseguições motivadas pelo hastear de bandeiras do partido numa comuna.

A denúncia já foi refutada pelo partido no poder, indicando que vários militantes seus chegaram a pernoitar em unidades policiais para fugir da violência.

O secretário da UNITA no município do Chongoroi, Lucas Capepula, conta que foram três dias de agitação, até ao fecho do mês de Março, e refere que as bandeiras estão em zonas que o MPLA diz estar sob sua liderança.

“O nosso secretário para organização foi levado até à Administração Municipal, que não reagiu, e recebeu apenas algumas chapadas, na cara, não foi ferido. Eles exigem a apresentação de uma lista de militantes para depois nos perseguirem, já estamos habituados, sempre que nos implantamos numa certa área acontecem coisas destas”, denuncia Capepula.

Em declarações à Rádio Ecclésia de Benguela, o administrador e primeiro secretário do MPLA no Chongoroi, Ernesto Pinto, nega actos de intolerância e diz que há limites para tudo.

“Não houve intolerância nenhuma, há sim incompreensão de alguns partidos, entre eles a própria UNITA. O MPLA foi encontrado ali, a UNITA tem de cumprir com a lei, saber o que dizem os distanciamentos. Ninguém quer impedir nada, a comuna é grande, podem colocar onde quiserem, é só observar a lei”, apela Ernesto Pinto.

Contactado pela VOA, o Comando Provincial de Benguela da Polícia Nacional não descarta um pronunciamento a propósito do sucedido, mas assinala que a situação é tranquila.

 

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