Angola: Bloco Democrático (BD) abandona “CASA-CE” no final da legislatura

O novo presidente do Bloco Democrático (BD), Filomeno Vieira Lopes, eleito no sábado, na IV Convenção do partido, disse que a sua formação política vai cumprir os acordo assinados com a CASA-CE, até ao final do tempo previsto, para depois integrar um novo projecto político.

“O Bloco Democrático quer trabalhar de forma mais ampla com outros partidos políticos que não integram a coligação, porque temos novos desafios”, disse o político, de 66 anos de idade, depois da eleição.

Filomeno Vieira Lopes explicou que as coligações de partidos políticos são criadas para atender problemas conjunturais, afirmando que neste momento “o partido tem novos desafios”.

O novo presidente do BD venceu as eleições com 65 por cento dos votos, batendo os correntes Luís do Nascimento e Américo Vaz.

Para Filomeno Vieira Lopes, a criação de uma frente ampla de partidos políticos, membros da sociedade civil e personalidades para enfrentar o MPLA, em 2022, deve mobilizar todos os actores políticos interessados em mudar o curso da história do país.

“Nós somos pela frente ampla que integra todos que pensam que temos de mudar a actual situação do país para um projecto de democratização interessado em resolver os problemas da fome e da pobreza”, sublinhou, acrescentando que “para 2022 a meta é consolidar o projecto da frente ampla e trabalhar para que o Bloco Democrático se torne uma referência no cenário político”.

Para o alcance das metas previstas para os próximos quatro anos, Filomeno Vieira Lopes anunciou a revisão do Plano Estratégico do partido.

Questionado sobre os caminhos para mudar o actual contexto político, económico e social do país, Filomeno Vieira Lopes disse que “a mudança passa por retirar o dinheiro guardado nas malas, nos contentores e outros esconderijos e colocá-lo ao serviço da economia nacional”.

“Não se justifica a actual situação económica do país, a julgar pelos activos existentes que vão desde os recursos humanos, minerais, a fauna e a flora, pois, uma vez bem direccionados são capazes de produzir 40 vezes mais”, salientou.
O político esclareceu que na frente ampla que se quer criar vai haver acordos destinados a alocar, por exemplo, 20 por cento do Orçamento Geral do Estado para a saúde, agricultura e educação.

O Presidente da República que vamos apoiar, acrescentou, terá na pauta um conjunto de medidas destinadas a mudar o curso da actual realidade.

O Bloco Democrático e o político Abel Chivukuvuku são os que manifestaram, até ao momento, apoio à iniciativa da frente ampla, proposta pela UNITA.

Entre as prioridades para inverter o actual contexto apontou o combate à fome e à pobreza, bem como o desemprego que devem ser resolvidos o mais urgente possível aliado a criação do ambiente para a progressão do empresariado nacional.
O antigo presidente do BD, Justino Pinto de Andrade, foi eleito ao cargo de vice-presidente, com 84 por cento dos votos. Justino Pinto de Andrade reafirmou que o partido vai cumprir o acordo assinado com a CASA-CE até ao fim da actual legislatura e depois tomar as decisões que considerarem convenientes para 2022.

“Fica claro que a nossa estratégia passa pela viabilização da frente única para mudar o actual regime”, sublinhou.
Olivio Kilumbo, presidente da Comissão Eleitoral independente, disse que participaram no escrutínio 247 delegados oriundos de 15 províncias.
Para o cargo de secretário-geral foi eleito Muata Sebastião.

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