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Angola: BNA aumenta taxa de juro da “Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez para 12%”

O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu hoje aumentar a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez, instrumento usado para controlar os níveis de liquidez na economia, de 7% para 12%.

A decisão foi divulgada após a reunião do Comité de Política Monetária (CPM) em que foram analisados os principais indicadores económicos, bem como os impactos macroeconómicos das medidas tomadas nas sessões anteriores, assim como os desenvolvimentos da pandemia de covid-19 e as suas implicações na conjuntura económica nacional e internacional.

Além de aumentar a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de sete dias de 7% para 12%, o CPM decidiu manter a taxa básica de juro, Taxa BNA, em 15,5% e manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez indexada à taxa de juro de mercado dos Bilhetes do Tesouro para 91 dias, acrescida de 0,5%.

A Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez é a operação através da qual os operadores comerciais recorrem ao banco central para obter crédito para financiar as suas atividades.

O CPM também avaliou o cumprimento do aviso n.º10/2020, de 03 de abril, sobre o crédito ao setor real da economia, concluindo que até final de fevereiro de 2021, o setor bancário tinha concedido crédito no montante de 210,49 mil milhões de kwanzas (285 milhões de euros), correspondentes a 117,52% do valor mínimo estipulado pelo Banco Central.

Em termos de número de projetos com desembolsos realizados, verificou-se um cumprimento de 25,41%, acrescentou o BNA, que decidiu estender o prazo de vigência deste aviso de 03 de abril até ao final de 2021.

O CPM salientou, no comunicado, “que persistem pressões inflacionistas na economia nacional no curto prazo, não obstante a estabilidade que se observa no mercado cambial e no comportamento da liquidez, assim como a existência de uma procura agregada contida”.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o Índice de Preços no Consumidor em Angola registou um incremento de 2,07% em fevereiro de 2021, superior em 0,57 pontos percentuais ao observado no mês precedente (1,50%).

A taxa de inflação acumulada desde o início do ano em curso cifrou-se em 3,60%, nível abaixo dos 3,80% registado no mesmo período de 2020, com a inflação homóloga a situar-se nos 24,85%.

A Base Monetária em moeda nacional registou um crescimento de 12,75% em termos acumulados nos dois primeiros meses de 2021 e de 18% nos últimos 12 meses, enquanto o agregado monetário M2 em Moeda Nacional (que congrega a totalidade dos depósitos bancários em moeda nacional e as notas e moedas em poder do público), contraiu 1,30% nos dois primeiros meses, porém em termos homólogos observou-se uma expansão na ordem de 24%.

Nos dois primeiros meses de 2021, a moeda nacional, o kwanza acumulou ganhos de 2,61% e 3,89% em relação ao dólar e ao euro, respetivamente, mantendo-se um percurso de estabilidade e de normal funcionamento do mercado cambial.

O ‘stock’ de Reservas Internacionais Brutas situou-se em 15,29 mil milhões de dólares (12,77 mil milhões de euros) em fevereiro 2021 (-0,72% face a janeiro), equivalente a um grau de cobertura de importações de bens e serviços de 12,29 meses.

As Reservas Internacionais Líquidas fixaram-se em 8,68 mil milhões de dólares (6,85 mil milhões de euros), o que representou uma diminuição de 1,32% face ao mês de janeiro.

A próxima reunião ordinária do CPM está marcada para 28 de maio de 2021.

 

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