Angola: Carrinho Indústria vai construir “novas fábricas” na província de Benguela

Três novas unidades fabris começam a ser construídas em 2022, no complexo industrial do grupo Carrinho, localizado na zona da Taca, arredores da cidade de Benguela, soube hoje, quarta-feira, a ANGOP.

Segundo o director executivo da Carrinho Indústria, Décio Catarro, a empresa pensa construir uma refinaria de açúcar, uma fábrica de glucose e uma fábrica de extração de soja, que estima estarem prontas em 2023.

Neste momento, decorrem trabalhos de terraplanagem no complexo para a instalação dessas fábricas, cujos equipamentos estão avaliados em 113 milhões de dólares.

“Essas fábricas, para serem construídas, levam em média 20 meses e esperamos empregar nelas acima de mil trabalhadores”, explicou o director.

O CEO afirmou que a Carrinho Indústria conta neste momento com mil e 600 trabalhadores directos, sendo a grande maioria nacionais e 30 expatriados, entre argentinos, indianos, portugueses, turcos, sul-africanos, zimbabweanos, marroquinos e costa-marfinenses.

“Trabalhadores indiretos, chegam a atingir os dois mil e são normalmente fornecedores de serviços, pessoal de limpeza, estivadores, etc”, explicou.

Das 17 fábricas, apenas 11 estão a funcionar, nomeadamente as moagens de trigo, da fuba, arroz com descasque, polimento, branqueamento e classificação, embalamento de produtos transformados, fábricas de massas alimentícias, bolachas de vários tipos e cereais.

Sobre a capacidade de produção, deu como exemplos a fábrica de massas alimentícias que produz 500 toneladas por dia, a de fuba com 600 e a de ração animal com 500 toneladas diárias.

Entre as seis unidades que ainda não arrancaram constam as de enchimento de óleo alimentar, margarina, maionese e ketchup, sabão e leite condensado.

Entretanto, segundo Décio Catarro, o volume global de produção cifra-se em 1,5 milhões de toneladas por ano e neste momento estão a funcionar na ordem dos 60 por cento.

O complexo ainda funciona a base de grupo geradores, apesar de já haver acções para receber energia da rede eléctrica, a partir da subestação do Cavaco.

“Neste momento, já temos os postes que vão transportar a energia e estamos a espera do Posto de Transformação (PT) para começar a funcionar, possivelmente em Março do próximo ano”, enfatizou.

Em relação às matérias primas, disse haver maior inclinação na importação, através dos big bags provenientes de vários mercados internacionais, como Brasil, Argentina, Rússia e outros países.

Décio Catarro justifica que no país ainda não existem quantidades suficientes de qualquer tipo de produto, porque tem de ser homogéneo em termos de qualidade.

“As nossas linhas de produção embalam 50 toneladas de produtos, equivalentes a dois camiões em quatro horas e as máquinas trabalham 24 horas por dia e durante toda a semana”.

Revelou ainda que numa primeira fase, a Carrinho Agro (agricultura), ainda não tem uma área própria de plantação, mas está a desenvolver um programa de capacitação e dar acesso a kits para os camponeses, para estimular a produção familiar em larga escala.

No final de Novembro de 2019, o Grupo Carrinho assinou um protocolo com o Caminho de Ferro de Benguela e com o Porto do Lobito, no sentido de construir um ramal ferroviário de 750 metros, que liga a empresa portuária ao seu complexo industrial, para facilitar o transporte das matérias-primas importadas, custando quatro milhões de dólares.

Sobre este aspecto, Décio Catarro assegurou que a linha férrea está pronta desde Outubro deste ano e já fez os primeiros ensaios.

“Esperamos receber um navio com mercadorias, em Fevereiro do próximo ano, e a sua carga já será transportada pelos vagões do comboio do CFB”, sublinhou.

Acrescentou que o aproveitamento do Corredor do Lobito faz parte da estratégia da empresa, com vista a trazer mercadoria de produção nacional e também levar o produto final, satisfazendo primeiro as necessidades internas e mais tarde, para outros mercados.

A Carrinho Indústria foi inaugurada no dia 29 de Novembro de 2020 pelo Presidente da República, João Lourenço.

O Grupo Carrinho investiu 600 milhões de dólares, com a construção de 17 fábricas, 15 das quais voltadas para a produção de bens alimentares e duas de bens não alimentares.

O Complexo está localizado no bairro da Taca, em Benguela, e tem como objectivo, alavancar o sector agro-industrial,  estimulando  o aumento da produção nacional de milho, trigo, cana-do-açúcar, soja, arroz e carnes.

Tem actualmente a maior estrutura de armazenamento do país, com uma capacidade de 100 mil toneladas de cereais e 50 mil metros cúbicos de tanques de armazenamento de oleaginosos.

 

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Pedro César Lopes Miguel

Muito bem pensado gostei muito deste projeto, só desejo força foco e fé irão conseguir não se esqueça de orar muito com Deus tudo nada é impossível, gostaria de fazer parte desta equipe eu vivo em Luanda trabalho em Luanda mas gostaria de um outro desafio 941292939