Angola: Carta Aberta à “Estado Português ”

É com grande prazer que tomamos a liberdade para em primeira instância dirigir a V/Excelência e pedir honestamente as nossas sinceras desculpas por interromper as vossas múltiplas tarefas reservadas em prol do vosso povo, desejando-lhe que esta pequena missiva vos encontra numa óptima saúde na companhia de toda família e todos aqueles que juntos labutam diariamente.

Em segundo lugar pedimos humildemente que o conteúdo desta carta seja divulgada na Comunicação social, do modo que o povo português, com todo o respeito tome o conhecimento da tamanha injustiça e assassinatos que o nosso povo tem passado por parte das autoridades portuguesas e dos angolanos, embora que Portugal, o faz de forma indirecta, mesmo com vários apelos a Comunidade Internacional.

Em terceiro lugar rogamos mais uma vez a Deus, que tem ouvido os nossos clamores e lamentações que nos tem consolado face ao abandono por parte das nações unidas, organização que se predispôs a defender a pessoa humana quando os seus direitos e liberdades fundamentais estiver violados.

Lendo as cláusulas constantes na carta universal da convenção de Viena, onde as nações unidas reafirmam esses princípios, deduzimos que essas cláusulas com todo o respeito talvez foram feitas para defesa dos mais fortes e não da parte fraca, mesmo que tenham a sua razão.

Recentemente ou várias vezes temos tomado iniciativas em denunciar as constantes violações do governo angolano, contra o nosso povo, mas devido os interesses recíprocos com os olhos postos nos diamantes de todas as nações, que dizem ter credenciais e vir explorar essas riquezas onde alguns países fazem parte das nações unidas e do conselho de segurança, que tem persuadido as autoridades angolanas fazer tudo que quer a seu belo prazer, que este povo ninguém irá a seu favor.

Para o vosso conhecimento sem o medo de errar, temos a elevada honra de informar que na vila de Cafunfo, a FRISILT entrou em acção contra os efectivos das forças armadas angolanas, tendo a acção resultado em 40 mortos dos efectivos militares e policial, 20 mortos da população e vários feridos, onde o Comandante Geral da Policia e das Forças armadas foram constatar “enloco” onde os mortos estão a ser removidos pelo ill e vários helicópteros da vila do Cafunfo para a cidade de Saurimo.

Como é de costume o Comandante geral da policia, transformou a acção como ataque do povo a uma unidade policial, o que não corresponde a verdade, com esta situação as forças da ordem passaram casa a casa matar a população indefesa até a presente data, onde alguns dos mesmos se encontram nas unidades da policia a nível de Saurimo, inclusive as crianças de tenra idade.

Se isso tudo tem acontecido é por causa de Portugal que aquando dos acordos de Alvor em Janeiro de 1975, vendeu o Império aos angolanos em troca dos interesses económicos julgando os descendentes desta terra que não poderiam descobrir esta jogada.

Na nossa modesta opinião a actuação do executivo angolano, tem se verificado constantemente devido o silêncio da Comunidade Internacional que não se importa com este povo, lançado a sua sorte.

Portanto, se este silêncio continuar todo que é homem há de entrar nas matas para poder defender este povo que se encontra cativo com a linguagem de irmandade e de angolanidade, enquanto não somos.

Em todos os países quando a situação de género acontece, as nações unidas tem condenado as tais acções, porque é que no nosso caso esta organização não se pronuncia? Será que as nações unidas, tem uma quota a parte sobre a questão do Império?

Só o silêncio diz tudo e até uma criança consegue entender que algo está por de trás disso, razão pela qual todos mais todos estão em silêncio como fossem apanhados com a boca na botija.

Antes que a situação se piora, pedimos que seja informado as embaixadas de Portugal, Israel, Reino Unidos, USA, Egipto, Palestina, França e Índia, a manter-se em estado de alerta, para não ser abrangidos no momento em que as autoridades angolanas e a sua capital conhecerá algo jamais visto, já que estão a brincar com o fogo.

Aquilo que se deu em Cafunfo, é um teatro, mas o pior está por vir e só assim é que seremos respeitados como pessoas, tal igual como outros seres humanos, já que o mundo não está do nosso lado.

Como podem ver até as Igrejas de renome também optaram ficar em silêncio, como quem diz que o povo JUDEU, não são filhos de DEUS e só os angolanos é que são, e que podem fazer tudo que quiserem.

Temos insistido a escrever a V/Excelência, para persuadir as autoridades portuguesas por termos a noção exacta de que embora tenhamos diferença de cor da pele, temos a mesma origem apesar de não ter sido revelado muito antes nos tempos dos vossos ancestrais, mas alguns deles sabiam, quem somos nós para convosco.

Não foi por acaso que os nossos antepassados aceitaram assinar com o Henrique de Carvalho o Protectorado e entregar o império nas mãos de Portugal.

Esta é a informação que queríamos passar e ser transmitida ao povo Português amantes da liberdade persuadir as autoridades portuguesas a tomar uma posição coerente para que o nosso povo goze os seus direitos e não a serem mortos como gafanhotos por parte dos Crioulos.

É tudo quanto tínhamos a aflorar e auguramos votos de esperança.