Angola: Cidadãos criticam “imprensa pública” e “concentração de órgãos televisivos” pelo Estado

Participantes e oradores num debate sobre o estado da liberdade de imprensa em Angola disseram hoje “persistir” no país a censura nos órgãos de comunicação, “sobretudo públicos”, e criticaram a concentração de órgãos televisivos por parte do Estado.

O debate sobre a liberdade o estado da liberdade de imprensa e dos desafios da cobertura eleitoral foi promovido pelo Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA, na sigla inglesa) em Angola, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA).

A abordagem, enquadrada nas celebrações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se assinala, teve como um dos oradores o jornalista Reginaldo Silva, membro da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana.

Segundo Guilherme da Paixão, membro do conselho de governadores do MISA Angola, a “censura” nos órgãos de comunicação, sobretudo públicos, e a “coação de alguns jornalistas, que temem em perder o emprego”, foram apontados pelos participantes como questões que beliscam a liberdade de imprensa no país.

“Na verdade houve uma regressão das liberdades, independentemente de ter havido um grande número de rádios, mas no capítulo da televisão houve uma grande regressão, hoje o Estado acaba por deter todas as plataformas televisivas que a priori faziam alguma diferença de equilíbrio”, disse à Lusa.

“Estão hoje tomados [os órgãos televisivos] pelo Estado e hoje quase que não se encontram grandes aberturas de liberdades”, salientou.

Guilherme da Paixão afirmou também que os participantes constataram que a cobertura mediática das atividades dos partidos políticos “está inquinada, sobretudo nos noticiários dos órgãos de informação públicos”.

“Onde os partidos na oposição têm um reduzido tempo de antena, quando comparado o partido da situação que tem muito tempo”, atirou.

O orador “reforçou” que as redes sociais evoluíram muito em Angola: “Hoje é um campo aberto, Angola está de parabéns porque nas redes sociais não foi coartado os direitos dos cidadãos se exprimirem”, realçou o responsável do MISA Angola.

 

 

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