O comandante da 1º Esquadra da Polícia Nacional na sede do Município do Cuango, província da Lunda-Norte, João Xili Cabelo está a ser acusado de protagonizar actos de tortura a cidadãos, quando estes são detidos na referida unidade policial ou mesmo na via pública.
As vítimas contaram ao O Decreto que, a acção do comandante da 1ª Esquadra do Cuango “tem sido recorrente sob o olhar silencioso das autoridades que podiam colocar fim aos actos de violência contra os cidadãos indefesos”.
Os populares denunciam ainda que “as agressões físicas” da alta patente da corporação contra os cidadãos, na sua maioria mulheres algumas acompanhadas de crianças as costas, são feitas na via pública, com maior incidência nos mercados informais onde “têm sido escorraçados por ele”, disseram.
“As mulheres são escorraçadas por estarem a procura de sustento das famílias por meio da venda informal e ambulante”, disse um dos professores, que nesta fase da pandemia da COVID-19 denúncia já ter sido vítima do comandante em causa.
Segundo a população local, “o Cuango é um dos municípios a nível da Lunda-Norte, onde a brutalidade tem lugar aceitável por parte das autoridades”, pois, para os habitantes daquela parcela do país, “aqui a democracia é esta, em que a violência contra os pacatos cidadão é praticada com normalidade, que mesmo com várias denúncias feitas, nada acontece com os implicados”, afirmam.´
“Já houve relatos de actos de detenções arbitrárias e tortura a dissidentes políticos, professores, enfermeiros bem como a cidadãos comuns, por agentes da Polícia Nacional, a exemplo do comandante da 1ª Esquadra do Cuango, João Xili Cabelo, mas lamentavelmente não os acontece”, lamentou uma das vítimas.
Caso de Castro João Xamalaco
A 21 de Outubro último, às 7h30, o cidadão que atende pelo nome de Castro João Xamalaco, disse que foi “torturado pelo comandante municipal da 1ª Esquadra do Cuango, cujo espancamento resultou numa fractura ao braço direito, pelo facto de, segundo a vítima, tentar defender uma mulher uma criança nas costas, que supostamente “estava a ser batida pelo comandante”.
De acordo com o denunciante (Castro João Xamalaco), estudante universitário e professor de Química no “Colégio Samuamba”, arredores do município sede, dirigia-se a uma câmara frigorífica onde terá encontrado o oficial da polícia “a espancar a senhora com criança”, disse.
A vítima disse que, diante da “violência sofrida” deslocou-se até à Procuradoria-Geral (PGR), com o objectivo de fazer a participação, mas “posto lá”, segundo Xamalaco, “fui informado que o digno procurador está de férias, pelo que aguardo que a justiça faça a sua parte”, referiu.
Este portal tudo fez para ouvir a versão, mas nada resultou uma vez que o comandante em causa não atendeu as chamadas telefônicas.
Texto do “O Decreto”