Angola: Construtoras portuguesas vão ajudar a “recolher lixo em Luanda gratuitamente”

O Governo Provincial de Luanda (GPL) vai contar com o apoio de construtoras portuguesas, entre outras, para a recolha gratuita das toneladas de lixo acumulado na capital de Angola, revelou fonte de uma das empresas

A solicitação foi feita na semana passada durante uma reunião com o GPL onde estiveram presentes construtoras de vários países, incluindo portuguesas, chinesas e de outras nacionalidades, e teve acolhimento por parte das empresas que se mostraram disponíveis para colaborar, indicou a mesma fonte.

Os técnicos do GPL já definiram, em coordenação com as empresas, as áreas em que cada construtora vai atuar, devendo esta intervenção manter-se até à entrada em vigor dos novos contratos para recolha do lixo

Os resíduos acumulados ao longo dos últimos meses nas ruas, estradas e bairros de Luanda suscita receios dos munícipes quanto à saúde pública e têm provocado também restrições à circulação, que se agravaram com as chuvas torrenciais da semana passada

Na linha férrea do troço Bungo-Viana a grande quantidade de detritos depositados nos carris levou mesmo a direção dos Caminhos de Ferro de Luanda a admitir suspender temporariamente a circulação de comboios.

Para controlar a situação, forças do exército, bem como cerca de 3.500 efetivos da polícia foram mobilizados para realizar trabalhos de limpeza ao longo do último fim-de-semana.

Em dezembro de 2020, a governadora da província de Luanda, Joana Lina, anunciou a suspensão dos contratos com as empresas de gestão de resíduos por incapacidade de continuar a honrar os seus compromissos.

Em fevereiro deste ano, o Presidente angolano atribuiu 44 milhões de euros para a remoção do lixo em Luanda, que enfrenta desde a altura da suspensão dos contratos com as operadoras dificuldades de gestão para limpeza e recolha dos resíduos, verificando-se amontoados de lixo em todas as zonas da província, situação fortemente contestada pelos cidadãos.

A dívida com as empresas de recolha de lixo em Luanda ascendia aos 308 milhões de euros até novembro do ano passado.

Para minimizar a situação atual, têm sido realizadas campanhas de limpeza pelos munícipes, sendo a queima do lixo amontoado ao longo das vias e dos bairros uma das soluções para contornar o cheiro e a quantidade de vermes.

Há duas semanas, o GPL anunciou ter recebido propostas de 39 empresas para recolher resíduos sólidos na capital angolana.

 

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