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Angola: COVID-19 agrava situação precária do sistema de saúde em Benguela

Sem dinheiro da estrutura central há vários meses, a Comissão Multissectorial de Luta Contra a Covid-19 na província angolana de Benguela admite que possa ficar desprovida de camas para pacientes, quando técnicos de saúde colocados nos centros de tratamento denunciam falta de alimentação.

São sinais de colapso no sistema de saúde por conta da pandemia, que afastou do Hospital Geral de Benguela centenas de profissionais infectados, dando lugar a longos períodos de espera para consultas e atendimento a outras patologias, conforme constatou a VOA.

O presidente do Sindicato dos Médicos na província de Benguela, Edgar Bucassa, disse que os serviços de saúde sempre lutaram com“dificuldades no atendimento e no cuidado aos pacientes, agora pior ainda”.

Muitos profissionais morreram, muitos estão infectados e tantos outros, por causa do decreto, acabaram mesmo por ficar em casa’’, acrescentou o dirigenge sindical dos médicos que revelou ainda que ‘‘’há informações de que já há algum tempo que não há dinheiro para os meios de biossegurança”.

“Somos profissionais, mas também homens, com medo de sermos infectados ou de levarmos as doenças para as nossas famílias’’, vincou Bucassa.

É dentro deste cenário que o representante da ONU/SIDA em Angola, Michel Kouakou, em entrevista à VOA, reforça o alerta para atenção a outras doenças.

‘’Malária, VIH e tuberculose matam mais do que o coronavírus, e assim continuará a ser”, disse.

Mas no momento, segundo fonte da Comissão Multissectorial, a Covid-19 coloca o sistema de saúde em colapso, com técnicos que chegam a ficar uma semana sem alimentação, conforme as denúncias, e o Governo confrontado com a escassez de camas.

Daí a luta para a entrada em funcionamento do hospital de campanha da Baía Farta, segundo garantias do director do Gabinete Provincial de Saúde, Manuel Cabinda, que promete vir a público com dados que estão já a ser compilados.

Numa entrevista à Rádio Benguela, a vice-governadora

Com cerca de 700 casos positivos, Benguela, a segunda província mais afectada, espera receber um hospital para 150 pacientes, o da Baía Farta, contra as 18 camas no hospital da Catumbela, concebido para doentes graves.

Angola, segundo dados oficiais, gasta mensalmente 6 mil milhões de Kwanzas para combater o novo coronavírus.

VOA

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