Braúlio de Brito, que falava no final de um fórum promovido pela Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) admitiu a existência de um dilema ao nível das empresas angolanas, nomeadamente entre a necessidade de crescimento e recursos disponíveis.

“Temos este desafio, este dilema, as empresas querem e precisam de crescer, mas não existe ainda a cultura de boa governança e também algum desconhecimento”, ao nível das empresas nacionais, apontou.

“A Bodiva é para todos os efeitos ainda um organismo novo no contexto da economia angolana e estamos todos num processo de aprendizagem e de melhor entendimento do potencial e das oportunidades que ela oferece”, afirmou Braúlio de Brito, após o fórum.

Para o líder da AECIPA existe ainda pela frente “um longo caminho a percorrer” no processo de aprendizagem para que se possa “ter as empresas a tirarem vantagens e maior partido das oportunidades financeiras que realmente a Bodiva oferece”.

O mundo exige “muita robustez financeira” e é necessário que as empresas “embarquem por um processo de melhoria dos seus processos de governança, maior transparência, ‘compliance'”, frisou.

“E esses são os procedimentos que levam hoje ainda alguma resistência para que as empresas corram às oportunidades da bolsa”, admitiu.

Segundo este responsável, o organismo que tutela “reconhece, de forma inquestionável, o potencial do mercado bolsita”, razão que motivou a assinatura de um memorando de entendimento com a Bodiva para “maior estreitamento das relações” entre as duas instituições.

“Mas, acima de tudo para se criar um mecanismo de comunicação e de transferência de conhecimento para as empresas”, vincou.

Braúlio de Brito foi um dos participantes do debate sobre o “Mercado em Ação”, que abordou a preparação das empresas angolanas para o lançamento do mercado acionista, promovido hoje, em Luanda, pela Bodiva.