O músico Filipe Mukenga e a escritora Amélia da Lombas estão entre os indicados ao Prémio Nacional de Cultura e Artes, edição 2021, nas categorias de Música e Literatura.
Segundo o presidente do júri, José Octávio Serra Van-Dúnen, que fez o anúncio na sexta-feira, a escolha de Filipe Mukenga surge pelo facto de ser um grande e talentoso músico com uma longa carreira de 58 anos e por não ter sido condignamente reconhecido durante os últimos 45 anos.
A escritora Amélia da Lomba pelo conjunto da sua obra, que enaltece o cimentar da pureza espiritual dos ambientes urbanos e por uma qualidade estética que procura explora a pertinência dos ritmos e movimentos combinados, sem perder de vista o contexto social, político e literário.
Na categoria de Artes Plásticas a escolha recaiu para a artista plástica Ana Silva, sendo a segunda mulher a receber o prémio há quase duas décadas, enquanto para o Teatro o júri atribuiu ao encenador e formador Rogério Ferreira de Carvalho, pelo conjunto de suas obras e pela sua contribuição para o desenvolvimento do teatro em Angola e apesar de viver na diáspora tem estado sempre ligado ao país.
O júri atribuiu ainda o prémio ao Projecto Benguela Streets dance, dirigido pela coreografa Alda Lara na classe de Dança, um projecto que atinge a população jovem contribuindo para o combate a exclusão social, ao operador de câmara Afonso José Salgado Costa na disciplina de Cinema e Audiovisuais, bem como à Associação Tchiweka de Documentação, pelo trabalho de excelência em prol da pesquisa em ciências sociais e humanas, na ordem de Investigação em Ciências Humanas e Sociais.
Segundo José Octávio Serra Van-Dúnen, o júri optou por avaliar e decidir pelo trabalho de mérito, pelo facto de muitos dos galardoados estarem ainda a trabalhar.
A gala de consagração está prevista para o princípio do mês de Dezembro.
Instituído em 2000, “O Prémio Nacional de Cultura e Artes tem o propósito de galardoar criadores nas disciplinas de literatura, cinema e áudio visuais, artes plásticas, artes de espectáculos e investigação em ciência humanas e sociais, sendo uma expressão de celebração e reconhecimento da excelência, da entrega, da dedicação, do espírito criativo, do trabalho constante e do testemunho de carreiras marcantes, dignas da mais alta distinção do Estado Angolano”.
Desde a sua criação, o Prémio Nacional de Cultura e Artes já foi outorgado a 132 laureados, entre os que se destacam criadores e artistas das mais diferentes disciplinas das artes, associações de artistas, centros e investigação científica, escritores e intelectuais, estudiosos, académicos e profissionais das diferentes manifestações culturais.
O galardão é regido pelo Decreto Presidencial N.º 31/00, de 30 de Junho de 2000 e visa incentivar a criação artística e cultural, bem como a investigação científica no domínio das ciências humanas e sociais.
Em 2020 foram distinguidos na categoria de música a compositora Rosa Roque, e na literatura o escritor João Maimona.
Na disciplina da dança, o Grupo de Kalofulofo Wino Wa Matemba, do Moxico, e Paulo Kapela, na categoria de artes visuais e plásticas.
O Centro de Estudos e Investigação Científica, da Universidade Católica de Angola, ficou com o prémio na disciplina de investigação e ciências humanas e sociais e a título póstumo, o júri entregou o prémio à Matan’yadi Norberto, na categoria de teatro, e a cineasta Sara Maldoror na disciplina de cinema e audiovisual.
