Angola: “Fim da hegemonia do MPLA começa quando fizermos eleições autárquicas”

Licenciado em Direito pela Universidade Católica de Angola, pós-graduado em Direito Penal da Empresa e em Direito dos Valores Mobiliários pela Universidade Católica Portuguesa e Universidade de Lisboa, Benja Satula é um dos juristas mais requisitados da nossa praça.

Em entrevista ao site Camunda News, Satula acredita numa inclusiva frente de oposição, mais cívica do que partidária, como uma possível alternativa de poder, também fora dos percursos tradicionais.

Este ex-advogado de Zenu dos Santos, é de opinião que o “princípio norteador da ética republicana não existe em Angola, o que existe é o poder pelo poder” e que “início do fim da hegemonia do MPLA começa quando fizermos eleições autárquicas”.

Na sua visão, existem várias formas de luta,  mas esta seria para agir no plano institucional, no plano orgânico, político.

“Uma frente comum para mostrar a Angola e aos jovens angolanos que há uma alternativa fora dos percursos tradicionais. Pessoas que nunca estiveram na política, que não têm percurso político, sabem que é preciso fazer diferente para o país. E que cada um no seu sector sabe que o sistema não é melhor, seja no Justiça ou na Comunicação Social, e se essas pessoas comunicarem entre si, são capazes de criar um projecto viável para Angola tanto no plano da Comunicação Social como no da Justiça ou outro, e a partir daí, juntando projectos, fazer uma frente política, um poder político alternativo. E isto pode começar com as autarquias”.

Recorda que “este ano não teremos eleições, provavelmente elas acontecerão no próximo ano, até Maio, mas não estranhe a resistência, quem pensa e sabe o que o MPLA fez ao povo, sabe, claramente, que no dia a seguir às autárquicas, esse dia será o primeiro dia do fim da hegemonia política do MPLA”, sustenta.

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