Angola: Gemcorp sai e Carrinho fica sozinha a gerir a “Reserva Alimentar (REA)”

Facto confirmado esta semana por Eduardo Machado, que acrescenta “estamos apenas à espera que actualizem a certidão comercial (…) Até porque hoje já está a fazer a operacionalização sozinha, a Gemcorp nunca participou no processo”.

O consórcio que venceu o concurso para a gestão da Reserva Estratégica Alimentar (REA) já está desfeito. Durou poucos meses, algum já previam isso, sendo que um lado as razões são apontadas ao facto de a Gemcorp não ter conseguido impor o seu plano de financiamento a esta operação, as condições eram muito mais “caras” que aquelas que a Carrinho conseguiu junto da banca comercial para juntar os 12 milhões USD que necessitou, nesta primeira fase, para operacionalizar a reserva, pelo que a Gemcorp se tornou dispensável.

Do outro lado, a leitura de alguns é que esta já era uma posição “concertada” por ambas as partes, sendo que o consórcio foi feito apenas para conseguir a melhor pontuação no concurso internacional, e como tal garantir a entrega da gestão da REA à Gescesta.

Recorde-se que já no final de Dezembro tinha sido tornado público que a Gemcorp iria sair do consórcio que estava a gerir a reserva, antes da chegada do primeiro carregamento. Independentemente das explicações que cada um dos envolvidos poderá dar, a saída é já um facto consumado, como nos explicou Eduardo Machado, coordenador da Comissão de Gestão do Entreposto Aduaneiro.

“A Gemcorp já não está na operação. Só ainda não saiu da estrutura porque se está a tratar dos pormenores legais”, revelou. É preciso lembrar que a Gemcorp não estava interessada em financiar a operação, pelo menos nas condições de acordo com aquilo que foi estabelecido pelo parceiro.

Eduardo Machado acrescentou ainda que aguarda “apenas que eles actualizem a certidão comercial da empresa com a cedência da quota, poderá ser à Carrinho ou a outra entidade que acharem conveniente, porque se trata de uma empresa privada. Claro que nós teremos sempre uma palavra a dizer. Temos que ser ouvidos. Não pode ser entregue a uma entidade que não se constitua aceitável”.

No entanto, o que todos esperam é que a Carrinho assuma a posição da Gemcorp e fique sozinha a gerir a Reserva Alimentar. “Não tenho nenhuma informação em contrário”, confirma Eduardo Machado que acrescenta: “Obviamente que estamos de acordo com esta solução. Até porque existia um critério de exclusão, a obrigatoriedade de ter facturado uma média de 175 milhões USD nos três últimos anos, e a Carrinho já entregou documentos que comprovam isto. E sendo assim cumpre todos os critérios que estão estabelecidos para gerir sozinha a REA. Até porque hoje já está a fazer a operacionalização sozinha, a Gemcorp nunca participou no processo”.

O que não se pode provar é que se a Carrinho tivesse concorrido sozinha tinha obtido a mesma classificação no concurso, certamente que não, mas pelo menos uma valorização que lhe tivesse permitido vencer o concurso. Mas, parece, que isso não está em causa nem será questionado.

 

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