O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados anunciou hoje uma doação do Governo japonês de um milhão de dólares (903 mil euros) para ajudar perto de 9.000 refugiados em Angola, com ações no domínio da saúde.
De acordo com o comunicado, a nova contribuição do Governo do Japão realizada no início deste mês vai ser investida no reforço à resposta nacional de combate e prevenção à Covid-19 das comunidades refugiadas e angolana das províncias de Luanda e Lunda Norte.
No total, vão ser beneficiados cerca de 9.000 refugiados e requerentes de asilo em Angola e cerca de 2.000 membros da comunidade de acolhimento, que vivem nas áreas circundantes ao assentamento do Lôvua, na Lunda Norte, assentamento de refugiados provenientes da República Democrática do Congo (RDC), desde 2017.
O ACNUR realça que o apoio vai servir para a distribuição de medicamentos e equipamentos de proteção individual, melhorar infraestruturas para o fornecimento de água e saneamento dentro do assentamento do Lôvua.
“Isto permitirá que o sistema de prestação de serviços básicos de saúde seja fortalecido nas unidades de saúde e clínicas nas áreas onde os refugiados e requerentes de asilo vivem em alto risco de infeção por covid-19”, sublinha a nota.
A contribuição visa igualmente a realização de sessões informativas e de consciencialização sobre os riscos da covid-19, voltadas a crianças e adolescentes, para que estes adquiram hábitos e comportamentos eficazes no combate contra a doença no país.
Desde o início da pandemia, no início de 2020, o ACNUR tem vindo a atuar em linha com o Plano Nacional Angolano de Combate à Covid-19 para proporcionar atividades e intervenções de prevenção na Lunda Norte e Luanda, capital do país, no cumprimento das medidas de biossegurança.
O representante do ACNUR em Angola, Vito Trani, citado na nota, disse que “o Japão é um dos maiores doadores do ACNUR globalmente”.
“Estamos muito satisfeitos por este apoio adicional que reforçará ainda mais a nossa capacidade operacional para proteger e assistir refugiados e requerentes de asilo em Angola, e também a população angolana”, disse.
Angola acolhe atualmente cerca de 57.000 refugiados e requerentes de asilo, população composta em grande parte por refugiados e requerentes de asilo da RDC, dos quais 17% vieram durante o afluxo em massa, de 2017, do Grande Kasai.
Na lista de refugiados sob o mandado do ACNUR em Angola fazem igualmente parte cidadãos guineenses, marfinenses, mauritanos, somalis, sudaneses, eritreus entre outros, totalizando cerca de 50 mil que vivem maioritariamente em áreas urbanas.