Angola: Governo não declara estado de emergência no Sul e líder católico alerta para “catástrofe”

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola afirmou não haver necessidade de se declarar estado de emergência para a região Sul do país, conforme defendem “algumas organizações não governamentais nacionais e internacionais”.

“A situação alimentar nutricional é crítica. Só falta chegar-se a uma situação de catástrofe”, avisa o padre Jacinto Wacussanga para quem a “má nutrição na região está fora do controlo do Governo”.

Francisco Pereira Furtado fez estas declarações, no sábado,26, no final de uma visita de algumas horas ao Centro de Acolhimento de Calueque, município de Ombadja, na província do Cunene.

O ministro constatou também o estado das obras de construção do Canal do Cafu, inserido no Programa Emergencial de Combate à Seca na província.

Entretanto, o líder da organização não governamental Construindo Comunidades, padre Jacinto Wacussanga, questiona as bases em que o Governo se apoia “para resistir ao estado de emergência” e alerta que a situação de má nutrição no sul de Angola está à beira de “uma catástrofe”.

“A nossa visão de base é de que é urgente declarar o estado de emergência. A situação alimentar nutricional é crítica. Só falta chegar-se a uma situação de catástrofe”, avisa o sacerdote para quem a “má nutrição na região está fora do controlo do Governo”, revelou

O também pároco dos Gambos, uma das regiões mais afectadas pela seca, na província da Huíla, considera que “a emergência já está em curso” e foi reconhecida pelo Ministério da Agricultura.

“O que falta é declarar só que ela já decorre”, sublinha o padre Jacinto Wacussanga, quem alerta para a retoma do fluxo migratório de angolanos para a Namíbia devido à fome.

 

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