A conclusão da estrada que liga o Camama a Viana, aprovada em despacho presidencial de 11 de Junho e orçada em 54,8 milhões de dólares, foi entregue ao grupo empresarial português MCA, avançou ao VALOR o Instituto Nacional de Estradas (Inea).
O grupo MCA é, entretanto, um dos visados numa investigação aberta pela justiça portuguesa no princípio deste ano, por suspeitas de envolvimento em práticas de corrupção com governantes angolanos. Segundo a imprensa portuguesa, a empresa terá oferecido a actuais governantes bens de luxo em troca de contratos e viabilização de negócios.
“É citada, por exemplo, pela TVI, por ter alegadamente realizado favores ao ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, em troca de contratos para instalação de painéis solares em sete localidades do país no valor de 539,717 milhões de euros, aprovados em despacho presidencial 19/20. Recentemente, foi entregue mais um contrato para a electrificação de 61 comunas com sistemas fotovoltaicos, aprovado também por João Lourenço no despacho 83/21. Curiosamente os dois contratos foram ganhos sem qualquer concurso público”.
Agora, com a empreitada cujo valor gerou polémica, o referido grupo começa em Julho a executar a conclusão da estrada de 6,8 quilómetros através das suas sucursais M. Couto Alves Vias, SA e M. Couto Alves Vias Construção, SA. Foi a responsável pela execução da primeira fase de reabilitação da via, isso em 2020, e recebeu mais de 1,2 mil milhões de kwanzas.