Ver a governadora do Bengo a converter um pobre aldeão em palhaço de circo teve tanto de trágico como de cómico.
A história, com todos os seus contornos circense, conta-se da seguinte forma: Mara Quiosa decidiu abandonar, desnecessariamente, o seu gabinete para – pasme-se – inaugurar uma torneira numa qualquer aldeia daquela calcinada província limítrofe da capital do país.
E a zelosa governadora não se deixou ficar por este tão engraçado exercício: para o seu deprimente espectáculo viu e achou-se no direito de convocar a imprensa, além de ter carregado o séquito de colaboradores para emprestarem aduladores sorrisos para colorirem “tamanha façanha”.
E fez mais: Quiosa recrutou aldeões, um dos quais foi feito porta-voz dos beneficiados da milagrosa torneira, com a qual se acredita venha a “inundar” aquela gente sofrida.
Com os holofotes a si centrados, a governadora procurou a todo custo arrancar palavras elogiosas ao pobre homem, que sequer sabia a razão da sua presença naquele momento a todos os títulos zombador.
Com pedigree quanto baste para encantar burros, Mara Quiosa, se avisada, teria evitado tão deprimente carnaval de desenfreada procura por protagonismo por algo tão simples como fornecer água à população.
Na psiquiatria, certamente que haverá gente que faria melhor. Ou melhor, no manicómio andará malta com menos culpa…
José dos Santos
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