Os portais do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), da Embaixada de Brazzaville, de um domínio antigo da Polícia Nacional de Angola ( http://korban.pna.gov.ao/ ) e do MPLA foram alvo de ataques cibernéticos, nas últimas horas.
No primeiro caso o ataque foi assinado pelo Anonymous Angola, que na sua página do Facebook se auto-denomina como Organização Não Governamental (ONG). Os portais da Embaixada, da polícia e do MPLA foram hackeados pelo grupo intitulado, Cyber Team , o mesmo que reclamou a autoria do ataque informático ao site da Imprensa Nacional, no passado dia 2 de Novembro, noticiado pelo Expansão.
Estes diversos em diversas frentes acontecem num dia particularmente sensível para Angola. Em termos de calendário, assinalam-se os 45 anos da independência nacional, mas em particular no que diz respeito à actuação da polícia angolana, na tentativa de conter a manifestação que ocorreu em diversos pontos de Luanda, com o objetivo de reivindicar melhores condições de vida, mais emprego e a marcação das vantagens autárquicas.
O grupo ” Anonymous” publicou no site do CIAM mensagens de protesto contra a polícia angolana, nomeadamente que “a polícia deve lutar pelo e não contra o povo”, escrevem ao alto de um rol de palavras de ordem.
Já na página da Embaixada de Brazzaville, capital da República do Congo, o Cyber Team, grupo autor do ciberataque, refere o “11 de Novembro, dia da independência, um dia que se chora e que se luta”, para adicionar que “somos uma voz que veio para acabar com o sistema, o sistema que mata dos sonhos das nossas mães comerciantes “, aludindo ainda à liberdade de informação e à corrupção. E termina com uma referência à manifestação do dia em Luanda, na qual “várias pessoas foram detidas, incluindo jornalistas”, alegando que o Governo “disse que não autorizava a manifestação devido às medidas anti-pandemia”.
Já em Março de 2016, o grupo de ativistas internacionais ” Anônimos” reivindicou uma série de boletins informativos a várias páginas online do Governo angolano e da administração pública do País, numa reação à sentença do Tribunal de Luanda que condenou os 17 jovens do caso que ficou conhecido como “caso 15 + 2”.
Tal como o Expansão noticiou, na sua edição do dia 6 de Novembro, depois do ataque à página da Imprensa Nacional, os especialistas advertiram que outros portais podem ser pirateados. Ouvida esta noite pelo Expansão um especialista em cibersegurança, Andrea Moreno, alertou para os perigos que estes representam para as entidades públicas, dado que “para entrar numa página este um hacker tem acesso a tudo o que ela contém, desde arquivos com informações confidenciais , até imagens e dados pessoais “, o que torna todo o domínio angolano .AO fragilizado.
Poucos minutos após o ataque à página do MPLA, já o site tinha a sua configuração habitual. Andrea Moreno refere estes autores como “cyberactivistas, habitualmente pacíficos, ou seja, invadem o site, colocam a sua mensagem, sem sequestrar informação e saem”. São no entanto que mais incomodam “porque fazem-se notar, mas ninguém os vê”.
Texto do Expansão