Os preços em Angola aumentaram 1,81% entre setembro e outubro do corrente ano, segundo um relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo à Lusa, o documento coloca a inflação acumulada a 12 meses no valor mais alto desde dezembro de 2017.
De acordo com a fonte, a classe Alimentação e Bebidas não Alcoólicas foi a que registou um maior aumento dos preços, com 2,11%, seguindo-se Bebidas Alcoólicas e Tabaco, com 2,08%, Hotéis, Cafés e Restaurantes, com 1,97%, e Vestuário e Calçado, com 1,89%, refere o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), hoje divulgado.
A classe Alimentação e Bebidas não Alcoólicas foi também a que, segundo o INE angolano, “mais contribuiu para o aumento do nível geral dos preços”, sendo responsável por 1,02 pontos percentuais do aumento de 1,81% em outubro.
Em termos homólogos, o aumento de 1,81% em outubro deste ano representa um aumento de 0,43 pontos percentuais face aos 1,38% registados no mesmo período do ano passado.
Já desde o início do ano, a inflação em Angola soma 20,18%, valor semelhante ao registado nos primeiros dez meses de 2017, quando alcançou os 20,95%. Em relação a 2019, isto representa um aumento de 7,2 pontos percentuais face aos 12,98% então registados.
No acumulado dos 12 meses, Angola soma um aumento de 24,34% dos preços no consumidor, um valor que ultrapassa os 23,67% entre janeiro e dezembro de 2017 e se aproxima dos 24,7% no somatório dos 12 meses anteriores a novembro desse ano.
De acordo com o INE, as províncias angolanas que registaram maior aumento foram as de Lunda Norte (2,13%), Luanda (1,99%), Moxico (1,83%) e Bié (1,76%).
Por outro lado, as províncias com menor variação foram Cunene (1,27%), Lunda Sul (1,38%), Namibe (1,4%) e Benguela (1,48%).
Na proposta do Orçamento Geral do Estado angolano para 2021, Luanda estima uma taxa de inflação acumulada anual de 18,27% para o próximo ano.
No início de setembro, a agência de ‘rating’ Fitch previu uma recessão de 4% em Angola e uma subida da inflação para 24% durante este ano.
“A contração no setor petrolífero, combinada com a falta de liquidez em dólares, vai manter Angola no quinto ano consecutivo de recessão, com uma contração de 4% e uma aceleração da inflação para 24% este ano, bem acima da média dos países com nota B, de 4,8%”, afirmou então a agência, acrescentando que a economia angolana “continua a ser limitada pelo alto nível de dependência de matérias-primas”.
Devido à pandemia de covid-19, verificou-se uma redução do preço do barril de petróleo, o que levou a que os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros reduzissem a produção, de modo a equilibrarem o preço do barril de petróleo.