Parece haver tanta pressa em ver a IS na ruina que ninguém quer se preocupar em avaliar a veracidade da informação. Ao que parece só a VOA (Voz da América) veiculou correctamente a posição da Revista Forbes dizendo que Isabel dos Santos sai da lista dos bilionários. Infelizmente, muitos meios de comunicação social informaram erradamente que IS já não é multimilionária quando o correcto nessa altura seria dizer que IS passou de bilionária a multimilionária.
Em 2020 Isabel dos Santos constava em 10º lugar da lista da Revista Forbes dos africanos mais ricos, sua fortuna foi calculada em 1.5 bilhão de dólares, uma descida que se verificou depois de ter sido elevada a mulher mais rica de Africa em 2013 com uma fortuna líquida calculada em 3.5 bilhões de dólares.
Na lista de 2021, a Revista Forbes “exonerou” IS por razões que não provam que ela deixou de ser bilionária já que a revista usa critérios que não avaliam necessariamente a riqueza acumulada das pessoas indicadas. Alega que 1) a riqueza é apurada segundo os rendimentos dos negócios de um determinado ano, e para o caso de ricos africanos essa 2) riqueza deve ser feita com negócios baseados no continente e 3) a pessoa também tem que residir em ÁFrica.
Por causa desses critérios é que Mo-Ibrahim , o multibilionário sudanês, nunca constou da lista, uma vez que reside no Reino Unido. Pela mesma razão, o egípcio Mohamed Al-Fayed também não consta da lista dos mais afortunados de África. Entretanto, tolera e trás na lista Strive Masiyiwa, o multibilionário Zimbabuano, que apesar de residir em Londres tem o seu negócio centrado no Zimbabwe. Para além desses critérios pouco claros sobre o apuramento da riqueza, a Revista Forbes não admite na sua lista de ricos individuos que tenham acumulado ilicitamente a sua riqueza. Daí que muitos multibilionários russos, chineses ou japoneses, incluindo, governantes, líderes de máfias e donos de cartéis de droga não constam da lista da Forbes.
Portanto, a Revista Forbes não se preocupa em mostrar apenas números da riqueza pessoal, usa o critério de riqueza acrescida a cada ano de forma lícita e em negócios contabilizáveis. Com esses critérios compreende-se que IS não seja mais considerada bilionária, segundo a Revista Forbes, uma vez que os bens que deviam ajudar a acrescer a fortuna para este ano foram congelados em Angola. O que não quer dizer que IS, na prática, tenha deixado de ser bilionária. Aliás, como mulher expedita no mundo empresarial nesta altura deve ter a sua riqueza a formar-se a partir de vários outros negócios e investimentos em diversos países muito longe de Angola e Portugal. É claro que para a Revista Forbes que apenas quer ver a riqueza feita em Angola a IS já não tem chances de constar da sua lista de bilionários.