O Presidente angolano, João Lourenço, destacou hoje o que considerou “avanços significativos” no combate à corrupção como um dos ganhos de 19 anos sem conflitos no país, sublinhado a necessidade de consolidar a paz e a reconciliação nacional.
“Há 19 nos que o país beneficia dos ganhos da paz em todos os domínios da vida política, económica e social”, disse João Lourenço, numa mensagem divulgada a propósito do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, que se assinala a 04 de abril.
A efeméride marca a assinatura de um memorando de entendimento para um cessar-fogo entre as forças do Governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde a independência do país, e as da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), depois de anos de guerra civil.
Na mensagem, João Lourenço, destacou “os ganhos no aprofundamento da democracia, das liberdades e garantias dos cidadãos e uma maior abertura ao mundo”.
“Fizemos avanços significativos no combate à corrupção e na melhoria do ambiente de negócios”, acrescentou, apontando também o arranque da reconstrução com “importantes investimentos” em infraestruturas e na economia do país.
“Demos início, com algum sucesso, à diversificação da economia, processo que teria progredido muito mais não fosse o surgimento da pandemia de covid-19”, considerou.
Para João Lourenço, estas são conquistas que os angolanos querem ver garantidas, considerando que tal só será possível se for “preservada e consolidada a paz e a reconciliação nacional”.
“O passado foi doloroso, de muita angústia e sofrimento. Hoje, o compromisso coletivo de toda a Nação é o de tudo fazermos para evitar e impedir, em definitivo, o regresso daquela nuvem escura e tenebrosa que se abateu sobre Angola e se manteve por quase três décadas”, disse João Lourenço.
Na mensagem, o Presidente angolano homenageou “todos os angolanos” que se sacrificaram ou perderam a vida “para tornar possível o fim do conflito armado e o alcance da paz definitiva” no país.
Endereçou também uma “palavra de reconhecimento” ao ex-presidente José Eduardo dos Santos, “pela magnanimidade demonstrada na altura dos acontecimentos que determinaram a oportunidade de fazer a paz”.
A guerra civil angolana começou no pós-independência de Portugal e prolongou-se, com tréguas intermitentes até 2002.
A paz foi alcançada na sequência da morte em combate de Jonas Savimbi, líder e fundador da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA).
A 04 de abril de 2002, o chefe das forças armadas do governo do MPLA, general Armando da Cruz Neto e o chefe do estado-maior da UNITA, general Abreu Muengo Ukwachitembo Kamorteiro, assinaram o acordo de paz na Assembleia Nacional, em Luanda.
Foi o terceiro acordo entre estas duas fações da guerra civil em Angola depois de Bicesse (Portugal) em 1991 e Lusaca (Zâmbia) em 1994.