Angola: João Lourenço é o futuro – para muitos jovens é o Messias Salvador de Angola

Angola Kiankatu: Acto I – Breve resignação

Como os mais-velhos dizem: “Akulu hati” (Mais-velhos) como respeito aos ancestrais: E sumuluiso vo Angola ááá.

Ao observarmos alguns artigos publicados nos media de Angola deparamo-nos com uma nova terminologia e novos conceitos como, por exemplo, o de pós-modernidade. Partimos do conceito que os leitores têm a percepção da diferença entre modernidade e pós-modernidade. Que conheceram a modernidade em Angola, em particular, o alto desenvolvimento que, quaisquer dos diversos povos de Angola puderem constatar desde meados dos anos 60 a 1975, ano de Independência. Para além da agricultura, pecuária, indústrias extractivas, rodovias asfaltadas entre todas as capitais de província.

Como mostra do extraordinário desenvolvimento de Angola à época, basta referir que o Porto do Lobito era o mais importante de toda a África Ocidental. Mas, dado o interesse do presente artigo, detemo-nos neste momento em duas áreas: saúde e educação. Se o então sistema político existente até 1975 tinha falhas – nomeadamente no que respeita à igualdade de oportunidades face às diversas etnias e classes sociais – ele (o sistema) acelerou o ensino com escolas, institutos e universidades que competiam com as da “metrópole”, sendo de realçar as tão importantes escolas Comerciais e Industriais. O percurso do desenvolvimento de então era calmo, de equilíbrio e sustentabilidade. Estava-se na modernidade. E se ainda estivéssemos, provavelmente o ensino não chegasse ao ponto totalmente crítico da leviandade economicista pura a que chegou.

O que será para os autores do presente artigo e para Stiglitz (2012; 2019), um produto do capitalismo selvagem que se viveu. Nesta espécie de “pós-modernidade”, o actual sistema – político, económico e social – foi trilhando os caminhos da incompetência, da devassa e voraz corrupção. Preocupou-se (com a imensa ajuda de potências estrangeiras que se ocuparam da saída dos “construtores” em 1976, apenas para poderem saquear à vontade) no controlo total da população. Foram prometendo sem cumprir. O conflito, que roubou a vida a talvez um milhão de pessoas, manteve ligações próximas contra o colonialismo e o apartheid, a Guerra Fria, e a avidez comercial pelo petróleo e os diamantes (Oliveira, 2015).

Foi vivendo da mentira e, como sabemos, uma mentira cem vezes dita torna-se numa verdade (Gobbels). Por alguma razão explodiram como cogumelos, supostas “universidades privadas” por toda Angola, onde o ensino teve sempre uma qualidade diminuta. O que foi importante, foi o negócio. O que era importante eram os esquemas. Defraudou-se durante décadas as expectativas do povo. Mentira e controlo absoluto. Tornou-se “o todo social” profundamente burocrático, para melhor poder controlar.

E, à medida que as burocracias acumulam mais poder, tornam-se imunes aos seus próprios erros. Em vez de adaptarem as suas narrativas à realidade, podem adaptar a realidade às suas narrativas. No final, “a realidade externa coincide com as suas fantasias burocráticas, mas apenas porque forçaram a realidade a fazê-lo” (Fukuyama 2015). Com a informação controlada, a “verdade” era sempre a do poder instalado. O som do silêncio era uma constante para o povo. O poder tornou-se propriedade de alguém (distante e importante…tipo Deus) e nunca foi disseminado nas redes sociais, não serviu para incitar os outros à acção colectiva (Arendt, 2017, Keltner, 2016).

O povo foi perdendo as oportunidades de poder construir uma vida com bem-estar, com saúde, com educação condigna e foi ganhando cerveja e música. Foi empobrecendo sem dar por isso. Lentamente. E o poder continuou a errar, ano após ano. Mas “errar não tem sobretudo que ver com ignorância ou cultura. (…), os países pobres são pobres porque os detentores do poder fazem escolhas que geram pobreza.

Erram não por engano ou por ignorância, mas de propósito” (Acemou e Robinson, 2020, p. 88).

Em tempo de pandemia, o Presidente João Lourenço demonstra claramente que os auspícios criados favoráveis à uma sociedade sedenta de mudança, mantém-se firme na luta para a criação de uma Angola diferente e melhor para todos os angolanos.

João Lourenço é o futuro – para muitos jovens é o Messias Salvador de Angola. Yeveleli okuenda kuaye.

Edgar Leandro e Carlos Barracho

Vanguarda

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