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Angola: João Lourenço reuniu-se com jovens para ouvir o que já sabe há muito

O encontro entre o PR João Lourenço e representantes de associações juvenis, ocorrido nesta quinta-feira (26.Nov), foi mais uma jogada de Mestre (J’LO) que perdeu a noção do posicionamento das peças no tabuleiro de Xadrez.

Numa semana em que os angolanos estão a ser brindados por um “Banquete”, mal confecionado e “azedo”, o Xadrezista J’LO, após a pressão do descontentamento social de jovens manifestado nas ruas, promoveu um encontro para ouvir o que já sabe há muito tempo, e repetir os mesmos argumentos para justificar o injustificável. Caso para dizer que estava lançado o aperitivo para o “Banquete” nós próximos serviços noticiosos dos órgãos de comunicação social públicos, sem perder de vista os internautas ao serviço do partido que incompetentemente (des)governado o país.

Longe de um ambiente de “arruaça”, os representantes de distintas organizações juvenis voltaram a gastar o “latim” para apelar o bom senso ao Titular do Poder Executivo no sentido de dar respostas aos seus anseios e frustrações, que são por demais conhecidos e muitas das questões levantadas pelos jovens, o PR já tinha se pronunciado durante a apresentação do raio X do Estado da Nação, em Outubro deste ano.

Depois de ter acompanhado na íntegra o tão “aguardado” encontro (para muitos) entre o PR e as associações juvenis, percebe-se à partida por que razão muitos nomes sonantes do activismo social demarcaram-se do convite da organização do evento para tomar parte do mesmo. Desde já não me arrependo de ter declinado o convite, até porque já previa e tive oportunidade de manifestar em outros fóruns, “tratou-se mais de um exercício de charme para inglês ver, onde obviamente será feito um aproveitamento político do Homem-forte do Palácio da Cidade Alta”, e no final não disse nada de novo, mas absolutamente nada de novo.

O Xadrezista deixou claro que a Reforma de Estado, a realização das Autarquias Locais em 2021, a falta de emprego e a transparência no combate à corrupção são “falsos problemas” que não devem ser vistos como razões para sair à rua e promover “arruaças”, uma vez que nenhum “Milagroso”, em Angola, está em condições de inverter o quadro em tempo de Covid-19.

No cômputo geral, o desempenho dos intervenientes deixou muito à desejar, excepcão feita ao representante da classe das Pessoas Portadoras de Deficiência Física, tendo transmitido uma mensagem visionária sobre às  preocupações dos milhares de angolanos que sofrem na pele a exclusão de vários políticas públicas.

O encontro de Talatona revelou, igualmente, um PR à esquivar determinadas questões e se fazer de desentendido, ante uma plateia que não fez bem o seu trabalho de casa (só faltou pedir autógrafo ao PR), e quase sem possibilidade de rebater as respostas do PR, exceptuando o “diálogo entre J’LO e Banza Hanza”.

Esperava-se por  abordagens mais bem articuladas dos intervenientes.

Contudo, oxalá que a “Cimeira” de Talatona tenha servido para o Xadrezista J’LO “zerar” o marcador, abrindo portas para um novo modelo de diálogo permanente entre os “arruaceiros” e membros do Executivo, e que jamais hajam mortes nas manifestações, em memória de Hidelberto Ganga, Inocêncio de Matos, entre outras vítimas do excesso policial durante a manifestação de um direito consagrado na Constituição da República de Angola.

Luís de Castro

FreeMind FreeWorld.Org

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