Angola: Jovens protestam contra “políticas eleitoralistas, desemprego e falta de diálogo” entre autoridades e ativistas cívicos

Políticas eleitoralistas, desemprego e falta de diálogo entre autoridades e ativistas cívicos foram algumas das reivindicações que motivaram a manifestação de jovens do Movimento Revolucionário na província do Namibe.

“Não vota no MPLA” e “Resistência é a palavra de ordem” foram algumas das frases que pontuaram a manifestação pacífica realizada este sábado (30.04), na província angolana do Namibe, por ativistas do Movimento Revolucionário.

A manifestação, que teve como ponto de partida o maior mercado informal, juntou jovens da província na capital, Moçâmedes, descontentes com a situação política, social e económica do país, em ano de eleições gerais.

“Viemos manifestar, em primeiro lugar, a situação do desemprego. Não estamos aqui porque somos inconsequentes. Estamos aqui porque exigimos direito de igualdade. João Lourenço devia ouvir-nos como ativistas, porque não somos inimigos do Estado, mas sim parceiros do Estado”, diz o ativista Edson Kamalanga, um dos organizadores da manifestação.

“Queremos trabalhar diretamente com Archer Mangueira [Governador Provincial do Namibe] porque não nos ouve? Não viemos para fazer arruaças ou partir vidros. Apenas viemos exigir apenas emprego. Os nossos irmãos têm que trabalhar”, sublinha.

“Não somos contra o MPLA”

Políticas eleitoralistas, a falta de diálogo entre as autoridades e os ativistas cívicos, prisões arbitrárias e a fome, foram outras das reivindicações.

Edson Kamalanga defende que os jovens e ativistas angolanos nada devem temer e devem lutar pelos seus interesses e direitos.

“Nós, ativistas, nunca somos beneficiados. Mas vamos lutar pelos nosso direitos. O MPLA tem de congregar toda a gente. Não somos contra o MPLA, queremos trabalhar e ajudar o MPLA a crescer no sentido de congregar todos como cidadãos”.

O ativista do municío do Tômbwa, Francisco Tchimbwa, também professor do Ensino Secundário, diz que baixar o preço de produtos da cesta básica é uma manobra para corromper e enganar o simples cidadão que luta com o pouco que ganha.

“Estamos totalmente cansados. Imagine só que o preço do arroz diminuiu e diminuiu porquê? Qual é a finalidade? É para enganar o povo do Namibe e estamos aqui revoltados. Não queremos um governo que ajuda, queremos um governo que cria condições para que a juventude encontre emprego. É para isso que nós estamos aqui, para despertar a juventude da província do Namibe”, diz.

 

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