Um tribunal da Lunda Norte marcou o julgamento do dirigente tradicional Mwakapenda Kamulemba preso há cerca de seis meses para a próxima sexta-feira dia 13. Advogado sem possibilidade financeiras para estar presente pede contribuição de familiares. Julgamento de presidente do Movimento do Protectorado ainda sem data.
Em solidariedade, autoridades tradicionais dos vários recantos do Reino Tchokwe estão a caminhar a pé para o Dundo onde esperam acompanhar o referido julgamento, segundo disse o soberano da Lunda Sul, Mwandumba Ngoxi
“Sim nós vamos todos para lá, eu já estou a caminhar para o Dundo”, disse.
Mwakapenda foi preso em Janeiro aquando dos distúrbios no Cafunfo em que um número indeterminado de pessoas foram mortas em confrontos com a polícia.
As autoridades acusaram os manifestantes de terem atacado uma esquadra da polícia algo que activistas desmentem acusado a policia de ter morto indiscriminadamente manifestantes
Mwandumba Ngoxi questiona a separação do processo do presidente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima ao do ancião Mwakapenda Kamulemba e diz tratar-se de jogo politico para fazer cansar os advogados
“Como é que o julgamento do Mwakapenda Kamulemba é outro e do ZecaMutchima também é outro”, disse Mwandumba Ngoxi que acusou as autoridades de terem destruído a casa do dirigente tradicional quando o foram prender no dia 30 de Janeiro.
Lunga Mana, um dos activistas sociais na Lunda Norte disse que o povo quer ver a justiça angolana.
“Os culpados pelas mortes Cafunfo estão bem identificados e chamam-se agentes da policia nacional”, acusou.
As autoridades têm repetidamente negado esta acusação
Advogado com dificuldades em estar presente
O Advogado Salvador Freire da Associação mãos livres disse a VOA que tudo está a ser feito para que os advogados possam defender o ancião Mwacapenda Kamulemba.
“Estamos a pedir os familiares do ancião para fazerem contribuições no sentido de garantir o bilhete de passagem e estadia do Advogado na Lunda Norte porque as Mãos Livres também não têm dinheiro”, afirmou
Quanto ao julgamento do processo do Presidente do movimento do protectorado Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, Freire disse que ainda não tem data marcada, mas houve dilatação do prazo da prisão preventiva.