A decisão da Presidência angolana de escolher cinco orgãos de informação para uma entrevista colectiva nesta quinta-feira, 6, e pedir as perguntas em antecipação continua a ser alvo duras de críticas. Presidente angolano falou a cinco meios de comunicação escolhidos pelos seus serviços.
Depois de jornalistas terem repudiado a decisão, agora as associações cívicas angolanas deploraram também a atitude do Presidente da República em limitar e cuartar o direito de transmissão em directo da sua entrevista colectiva, com alguns órgãos de comunicação social.
A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJDP), a Mãos Livres e a SOS-Habitat consideram a decisão um recuo ao processo de democratização e de um Estado de direito que se pretende em Angola.
Para Serra Bango, presidente da AJPD, a postura do Presidente da República demonstra censura e fere o exercício plural que um estado que se diz democrático persegue.
“A AJPD deplora o comportamento manifestado pelo Presidente da República ao obrigar que os jornalistas enviassem previamente as perguntas a serem feitas durante a entrevista, o que configura censura, contrariando o número dois do artigo 40 da Constituição”, afirma.
“A AJPD aproveita para apelar aos responsáveis que superintendem a comunicação social em Angola a colocarem fim às variadas formas de censura e a promoverem o exercício de um informação livre e plural”, acrescenta Banjo.
Guilherme Neves, director da Associação Mãos Livres, afirma à VOA que o Presidente da República esteve mal, “enquanto servidor público não deve limitar nem escolher uns e excluir outros órgãos”.
Neves diz estar preplexo com a decisão da Presidência de suspender a tranmissão em directo da entrevista colectiva.
“Enquanto chefe de Estado, as entrevistas com a comunicação social, sobretudo angolanas, devem sim ser transmitidas em directo, ficamos sem perceber por quê”, conclui.
Outro activista social, André Augusto, ligado a associação SOS Habitat considera que “havendo esta restrição de órgãos de comunicação social e havendo inclusive limitação nas questões a colocar ,estamos perante limitações graves de liberdade de imprensa o que é péssimo para a democratização que se pretende em Angola”.
A entrevista de João Lourenço foi concedida, por escolha da Presidência, aos jornais Expansão, Jornal de Angola e País, à TV Zimbo, à agência portuguesa Lusa.