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Angola: Manuel Fernandes é “o cabeça de lista” da CASA-CE às eleições gerais

No lançamento do ano político, a CASA-CE apresentou o seu cabeça de lista às eleições gerais. Manuel Fernandes faz várias críticas ao Governo do MPLA.

As eleições gerais ainda não foram convocadas oficialmente, mas a terceira força parlamentar em Angola já apresentou os seus candidatos a Presidente e vice-Presidente da República.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (31.01), em Luanda, na abertura do ano político da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE).

“Tratam-se dos ilustres companheiros Manuel Fernandes, cabeça de lista da CASA-CE e candidato a Presidente da República às eleições gerais de agosto próximo, e de Alexandre Sebastião André, candidato a vice-presidente da República”, anunciou a vice-presidente da coligação fundada em 2012, Cesinanda Xavier.

Alexandre Sebastião André, líder do Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola (PADDA), uma das seis formações políticas que compõem a CASA-CE, é deputado há 26 anos. Manuel Fernandes está à frente da coligação desde fevereiro do ano passado.

“Rumo à alternância política”

O cabeça de lista da CASA-CE diz que está preparado para concorrer de igual para igual com as duas principais forças políticas do país.

O lema da coligação é “Unidos na diversidade, rumo à alternância política”.

“Somos participantes do jogo político e vamos concorrer às próximas eleições gerais como uma força política com vocação ao poder”, sublinha Fernandes.

Críticas ao Governo

O político deixou também críticas ao Governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e à Comissão Nacional de Eleições, por voltarem a contratar a empresa espanhola INDRA para prestar serviços durante o escrutínio. Segundo Fernandes, a empresa já participou em fraudes no passado, e agora poderá estar a preparar-se para o mesmo.

“Exigimos à CNE que interaja mais e melhor com a sociedade, esclarecendo ao povo angolano, de forma clara e inequívoca, os meandros do concurso público que voltou a eleger a INDRA, uma empresa de triste memória em relação à fraude eleitoral em África e na América Latina, como responsável da solução tecnológica das eleições de 2022. A CNE não deve ignorar a memória coletiva dos angolanos em relação à INDRA”, frisou.

Outro indicador de que o processo eleitoral angolano está viciado à partida, de acordo com o líder da CASA-CE, tem a ver com a imprensa pública. Manuel Fernandes afirma que os órgãos públicos, pagos o dinheiro dos contribuintes angolanos, transformaram-se em “instrumentos de propaganda do partido no poder”.

“É imperativo que se dê tratamento igual e imparcial a todos os potenciais concorrentes. Condenamos a postura desigual que carateriza hoje a postura dos órgãos de informação pública O exercício negativo dos órgãos de comunicação social pode contribuir para a inverdade e potenciar a fraude eleitoral”, conclui.

 

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