Angola: Marginais que estão a espalhar o “terror” em Luanda saíram agora das cadeias, diz Polícia Nacional

O porta-voz das operações do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional (PN), superintendente Lazaro da Conceição, disse esta terça-feira,28, ao Novo Jornal, que os marginais que estão a espalhar o terror na cidade com assaltos na via pública, especialmente com recurso a duplas em motorizadas e armados, saíram recentemente das cadeias. O Oficial reafirmou que todos os marginais terão resposta a sua medida.

Ao Novo Jornal, o responsável pela operação da corporação em Luanda, garantiu que todos os elementos apanhados no crime, e, alguns, que, entretanto, estão foragidos das autoridades, foram postos em liberdade recentemente, por “termo de identidade de residência e liberdade condicional”.

Lázaro da Conceição adiantou ainda que os criminosos estavam detidos e condenados, nas cadeias da comarca de Viana, Luanda, Caquila, Calomboloca e Caboxa, na província do Bengo.

“Não existem nenhum elemento novo nas lides criminais, todos são reincidentes com diversas passagens pela polícia”, diz, garantindo que os criminosos “filmados em actos criminais” ocorridos na semana, em diversos pontos da cidade de Luanda são todos conhecidos e cadastrados pela Polícia Nacional.

O oficial teceu estas declarações ao Novo Jornal à margem do balanço de uma operação policial que a PN desencadeou este Domingo, segunda-feira e terça-feira, 27, que resultou na apreensão de 11 armas de fogo de diversos calibres e na detenção de 31 elementos, acusados de crimes de diversa natureza, com destaque para a “detenção de três criminosos, autores confesso, que estavam em liberdade condicional, por crime de violação sexual concorrido com homicídio qualificado”.

Os três indivíduos em questão foram detidos na manhã de sábado, 25, após terem assassinado um homem de 30 anos, com arma branca, na rua do Comercio, no município do Cazenga, em Luanda, após se apropriarem do telemóvel da vítima.

“Os três acusados, para além do crime de homicídio voluntário, estão indiciados por crimes de roubo qualificado, furto, posse e uso de arma de fogo, assaltos à mão armada e formação de quadrilha”, afirmou, informando que “todos os marginais terão resposta à sua medida”.

“Estamos a fazer apelos aos marginais que estão foragidos para se apresentarem voluntariamente, não estamos de braços cruzados e todos estes elementos que atentarem contra ordem e a tranquilidade pública, vão ter resposta à sua medida”, acrescentou.

Questionado pelo Novo Jornal sobre a falta de patrulhamento nas ruas de Luanda, que antes era visto com bastante frequência e executado pelos efectivos da Brigada Moto, Lázaro da Conceição admitiu essa situação e adiantou que esses efectivos estão numa curta formação e que em breve sairão em massa para as ruas.

“Os nossos efectivos estão a ser preparados numa curta formação, num curto espaço de tempo já estarão à disposição dos cidadãos”, concluiu.

Mas, apesar de existir uma coincidência temporal este esta ausência dos efectivos da PN nas ruas e a vaga de assaltos, a PN não estabelece uma causa-efeito.

Tal como não foi estabelecida qualquer causa-efeito com o facto de existirem subsídios em atraso dentro da corporação, nomeadamente de patrulhamento, que foram decididos já em 2018.

Recentemente, o comandante-geral da PN, em declarações públicas, afirmava que a questão dos pagamentos em atraso estava a ser devidamente tratada.

Conforme avançou a PN na sua página do Facebook, em 18 de Maio de 2018, o subsídio de patrulhamento, uma reivindicação antiga dos efectivos da PN, foi aprovado nesse mês no Conselho Consultivo Alargado da Polícia Nacional.

O subsídio de patrulha aos efectivos que exerçam trabalho de rua, vulgarmente conhecido por “giro”, foi definido como correspondendo a 30% do salário do agente e a sua atribuição é uma das medidas que o novo Comandante Geral encontrou para valorizar o serviço operacional e conseguir diminuir o excesso de pessoal administrativo na PNA.

Além do serviço de patrulha, estão, ainda, previstos no estatuto do Polícia, que espera aprovação da Assembleia Nacional, subsídios para o pessoal da Polícia de Guarda Fronteiras, PIR, Fiscal e outros, com base na complexidade e perigosidade da sua missão.

 

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