Angola: Mortes em Cafunfo geram ”polémica crescente”

Os confrontos ocorridos a 30 de janeiro, na localidade de Cafunfo, situada na provínica da Luda Norte rica em diamantes, que causaram um número ainda indeterminado de mortos, entre 6 segundo a polícia e mais de 20 segundo os familiares das vítimas, continua a marcar a actualidade angolana.

Mais de uma semana depois dos confrontos ocorridos a 30 de janeiro, entre a polícia, militares e manifestantes, a troca de acusações entre o governo, o maior partido da oposição – UNITA, as organizações da sociedade civil e a igreja católica, sobre o chamado massacre de Cafunfo, que provocou um número ainda indeterminado de mortos, entre 6 segundo a polícia, mais de 20 segundo os familiares das vítimas e muitos ainda desaparecidos, está a dominar a actualidade política.

Sem um inquérito independente sobre a ocorrência, exigido pelos partidos políticos da oposição – UNITA, CASA-CE e PRS, organizações da sociedade civil, igreja católica e as ONGs Human Rights Watch e Amnistia Internacional, os debates sobre o tema continuarão animar o cenário político angolano nos próximos dias.

Angola vive uma grave crise económica e financeira, que resulta no aumento da miséria e desemprego da população, cresce a contestação ao governo do Presidente João Lourenço, que enfrenta um movimento reivindicativo juvenil nunca visto desde da independência de Angola em 1975.

No último fim de semana, novas manifestações foram protagonizadas em várias regiões do país, incluindo em Luanda.

Entretanto, os 5 deputados da UNITA, sua escolta e dois activistas sociais, que se encontravam retidos a 5 kms da vila de Cafunfo abandonaram a localidade no domingo, 7 de janeiro e após quatro dias de retenção, decidiram recuar estratégicamente para a vila do Cuango e afirmam que apesar do “impedimento e da ditadura das autoridades” conseguiram realizar o seu trabalho de inquérito, mas afirmam que os obstáculos “impostos pelas autoridades” locais “confirmam o caráter ditatorial do MPLA”, partido no poder.

Esta retenção provocou vários protestos, além da própria UNITA, de outros partidos da oposição e de juristas que a consideram “ilegal, musculada e assustadora”.

Enquanto o presidente do parlamento Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” afirmou em comunicado tornado público, que as “alegadas diligências dos deputados da UNITA não engajam a Assembleia Nacional…em regra os deputados não se podem deslocar sem a sua autorização” tendo “declinado responsabilidades sobre eventuais constrangimentos”.

 

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